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JOÃO 20.1-10

Chegamos ao clímax do evangelho de João. Pois é, por mais importante que seja, o foco central da sua história não é a crucificação, e sim a ressurreição de Jesus. Isso não diminui a importância salvífica da crucificação, mas como Paulo explica, “Se Cristo não ressuscitou, inútil é a fé que vocês têm, e ainda estão em seus pecados” (1 Co 15.17). Já que o propósito central de João é apresentar evidências e testemunhas verdadeiras de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus (20.30, 31), seu relato da ressurreição é um pouco diferente dos relatos dos outros evangelistas. Primeiro, ele foca em apenas uma mulher, Maria Madalena, embora outras também fossem ao túmulo naquela manhã, pois ela se tornou a primeira testemunha ocular da ressurreição. Em segundo lugar, ele apresenta provas físicas da ressurreição: a pedra removida e os panos no túmulo. Naqueles dias, o testemunho de uma mulher não teria muito peso, portanto ele apresenta mais duas testemunhas—homens e apóstolos—que também viram essas provas.

Por que essas provas são tão importantes? Temos que lembrar que o conceito da ressurreição era algo novo; nem mesmo os discípulos entenderam a princípio (Jo 20.9). Logo depois do desaparecimento do corpo, a liderança judaica criou uma história alternativa, onde os discípulos teriam furtado o corpo; até pagaram a guarda romana para confirmar a mentira. Ao longo dos anos, outros têm desenvolvido teorias para “explicar” a ressurreição a fim de desmentir o relato bíblico: que Jesus não morreu de verdade, só desmaiou; ou que Ele ressuscitou apenas espiritualmente; ou que aquele que as testemunhas viram depois era um impostor ou uma alucinação, etc. As provas e as testemunhas juntas suprem evidências de que Jesus de fato morreu e voltou à vida ao terceiro dia.

A pedra removida aponta para um acontecimento sobrenatural (Mt 28.2-4). Apesar de ter uma guarda romana, um lacre e o peso da pedra, quando as mulheres chegaram, esse empecilho não existia mais. A presença dos panos de linho, da forma que estavam, juntamente com o guardanapo dobrado, não favorecem um roubo ou qualquer violência, e indicam que Jesus saiu dos panos e colocou de lado o lenço que cobria Seu rosto. Mesmo na confusão daqueles momentos, onde os discípulos não sabiam o que havia acontecido, haviam pistas apontando para a ressurreição do Mestre.

Os primeiros dez versículos de João não contam a história toda. Temos que juntar o aparecimento de Jesus para Maria Madalena (vv. 11-18), para dez dos discípulos (vv. 19-23) e depois para os discípulos com Tomé (vv. 24-29) para realmente entender todas as provas e testemunhas que João apresenta no seu evangelho. Com apenas os primeiros dez versículos, temos duas provas concretas do desaparecimento do corpo de Jesus e a reação de três discípulos dEle.

Como podemos, então, aplicar o que aprendemos à nossa vida espiritual?

Considere como a revelação de Deus em Sua palavra é fiel até mesmo nos pequenos detalhes. Mesmo se tivéssemos apenas o evangelho de João como registro dos acontecimentos da vida, morte e ressurreição de Cristo, já teríamos uma testemunha fiel e confiável desses eventos.

Leia a história da ressurreição de Lázaro novamente (Jo 11.38-45). Como esse relato de uma ressurreição se compara com a ressurreição de Jesus (20.1-10)? Quais informações indicam a semelhança entre as duas ressurreições? Quais informações mostram diferenças? Já considerou como João, sob a inspiração do Espírito Santo, registrou a primeira cena para ressaltar esses detalhes na segunda? Já considerou o que isso significa do ponto de vista de Deus e como Ele orquestrou a morte e ressurreição de Lázaro para que houvesse um ponto para comparação?

Leia o relato da ressurreição nos outros evangelhos (alistados na seção “Mentes Ocupadas”). Quando juntamos os detalhes dos outros evangelhos, temos uma riqueza de evidências: os nomes das testemunhas que viram o sepultamento, o pedido de lacrar e guardar o túmulo, o terremoto e os anjos e até o suborno dos guardas que criou o primeiro boato falso. Poucos eventos históricos têm tantas testemunhas e evidências para comprovar sua veracidade.

Já considerou que Deus opera em sua vida com a mesma atenção e o poder da ressurreição? Nós não temos ciência de como tudo funciona, mas sabemos que nos trouxe à vida pelo poder da ressurreição e está agindo em nosso favor em todas as circunstâncias da vida (Cl 2.8-23). 

O texto de Jo 20.1-10 só demonstra que o corpo de Jesus desapareceu, mas já nos conta o efeito desse acontecimento na vida de três discípulos de Jesus. Com as informações e o entendimento ainda incompletos, Maria Madalena reagiu com tristeza; Pedro, com admiração (Lc 24.12); João, com fé.

Que efeito a ressurreição tem em sua vida? 

Diferente daqueles discípulos, nós temos uma riqueza de informação, não só sobre os eventos daqueles dias, mas sobre a maravilhosa verdade realizada com a morte e ressurreição de Cristo.

Com que frequência você para e medita sobre a gravidade do seu pecado; que Deus precisou enviar o Seu único Filho para morrer no seu lugar? Precisamos ter uma consciência da Sua santidade e o nosso pecado. (Rm 5.7-10; Ef 2.1-10)

Com que frequência você medita sobre o fato que Jesus morreu justamente para lhe perdoar de todos os seus pecados? A ideia não é viver sob o fardo da culpa, mas vivermos em gratidão pela grande dívida que nos foi perdoada. (Lc 7.40-43)

Com que frequência você reflete sobre a verdade da ressurreição e as implicações de servir um Senhor vivo? Ele venceu o pecado e a morte por nós e nos concede vida eterna. (Rm 6.23)

Com que frequência você medita sobre o fato de servir um Senhor vivo, ao lado de Deus Pai, intercedendo por você? Seu pecado foi perdoado, e seus pecados diários também foram. (1 Jo 2.1, 2)

Quais empecilhos existem em sua vida que tiram os seus olhos dessas verdades divinas? Leia Cl 3.1-4. Que impacto a ressurreição de Cristo deve ter em nossa vida com relação à nossa visão? Quais são algumas coisas terrenas que estão atraindo seus olhos? Quais são as coisas “do alto” em que precisa focar?

Dia 1

João 20.1-10

Dia 2

João 11.1-44

Dia 3

Mateus 28.1–15

Dia 4

Marcos 16.1–8

Dia 5

Lucas 24.1–12

Dia 6

1 Coríntios 15.1-11

Dia 7

Colossenses 3.1-17