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JOÃO 19.17-37
O nosso estudo do evangelho de João agora faz uma transição do julgamento para a crucificação de Jesus. Trataremos do restante do capítulo 19 (vv. 17-43) em duas partes, na minissérie intitulada “Missão Cumprida”. Fizemos uma reconstrução do evento todo a partir da comparação dos relatos dos quatro evangelistas, mas para nosso estudo neste guia, examinaremos apenas o que João escreveu com o seu propósito de levar o leitor à fé em Jesus Cristo (Jo 20.30, 31).
Observamos que, comparado aos outros evangelhos, o relato de João é breve (vv. 17-37), diz muito pouco sobre a própria crucificação e pode ser dividida em seis partes.
- Pilatos, antes inseguro, ignorou a queixa dos judeus e insistiu em ter uma placa declarando Jesus como “rei dos judeus” (vv. 17-22).
- Os soldados, em sua ignorância, cumpriram a Palavra de Deus (Sl 22.18) ao lançarem sortes em vez de rasgar a túnica de Jesus (vv. 23, 24). Isso ressalta uma questão importante para João de demonstrar como a morte de Jesus cumpriu as Escrituras.
- Jesus demonstrou Seu carinho e Sua responsabilidade filial para com Maria ao entregar o cuidado dela a João (vv. 26, 27).
- Embora tenha rejeitado o vinho com fel anteriormente, Jesus falou que tinha sede para que recebesse o vinho amargo dos soldados, a fim de cumprir as Escrituras (vv. 28, 29, cf. Sl 69.21).
- “Está consumado” (v. 30). Com apenas uma palavra (no grego), Jesus afirmou o cumprimento das Escrituras a Seu respeito e a respeito do plano de Deus. Ele entregou Seu espírito, pois só Ele tinha autoridade para dar Sua vida (10.17, 18).
- Por fim, João estabelece duas coisas importantes: a) Ao não quebrarem as pernas de Jesus e ao usarem uma lança, eles estavam cumprindo as Escrituras (vv. 31-34); e b) o próprio evangelista serviu de testemunha de tudo que ocorreu ali na cruz (vv. 35-37).
Existem outros textos bíblicos que explicam a importância da transação espiritual que ocorreu durante aquelas horas que Jesus passou na cruz. Certamente esse não era o propósito de João. Ele procurava relatar o evento histórico para estabelecer a ligação entre Jesus e o cumprimento das Escrituras. De fato, ele nem relatou todos os eventos, omitindo alguns importantes, como o véu se rasgando, o terremoto, ou os santos ressuscitando dos mortos.
Há um versículo que explica por que João omitiu algumas dessas coisas e incluiu outras que não se encontram nos outros evangelhos: “Aquele que o viu, disso deu testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe que está dizendo a verdade, e dela testemunha para que vocês também creiam” (19.35).
Aquele que o viu. Da mesma forma que ele usa a expressão “o discreiípulo amado” como uma forma de ocultar o seu nome, aqui provavelmente é uma referência ao próprio autor. Mesmo que não fosse João, essa pessoa é testemunha ocular de tudo que aconteceu. Sendo assim, é possível que ele limitou o seu relato às coisas que ele mesmo viu.
Disso deu testemunho. Testemunhas que testificam da verdade é um tema recorrente no evangelho de João. Ele já estabeleceu cinco testemunhas fiéis no seu texto (o próprio Jesus, Deus Pai, João o Batista, os milagres de Cristo e as Escrituras; 5.31-47); agora ele mesmo se coloca como testemunha da verdade.
Seu testemunho é verdadeiro. A outra metade do tema é que as testemunhas testificam da verdade. João não somente relata os acontecimentos, mas dá sua afirmação pessoal: o que ele viu, ele declara como real ou genuíno. E esse tema persiste na sua primeira carta (1 Jo 1.1-4).
Para que vocês também creiam. Mas o que isso tem a ver conosco? João declara o que viu para que creiamos que seja a verdade. Você está respondendo pela fé ao que “presenciou” por meio do relato de João, uma testemunha ocular? Você crê que aquilo que ele viu e testemunhou é o cumprimento genuíno da Palavra de Deus? Qual o impacto dessa fé em sua vida?
Como podemos aplicar uma narrativa como essa à nossa vida espiritual? Use as seguintes sugestões como guia para aprofundar o seu estudo da Palavra de Deus.
Dentro do próprio texto. A palavra grega para “testemunha” é conhecida no português, só que tem um significado bastante diferente: “mártir”. Para nós, um mártir é alguém que sofre ou até mesmo dá sua vida por alguma causa em que acredita. A palavra adquiriu esse significado no primeiro século à medida que ser testemunha do evangelho era basicamente aceitar uma sentença de prisão ou morte.
Da mesma forma que João foi testemunha fiel do que viu, Jesus nos chama para sermos testemunhas do evangelho para todas as nações (At 1.8). Não somos testemunhas oculares como João, mas temos uma Palavra mais certa ainda (2 Pe 1.19, 20), as Escrituras. Ou seja, temos uma mensagem verdadeira da qual devemos testificar.
Para quem você tem sido testemunha da verdade do evangelho na última semana? Se você não consegue pensar em ninguém, pense em algumas pessoas a quem você poderia testemunhar. Escreva os seus nomes num papel, ore por oportunidades para compartilhar o evangelho e faça um compromisso pessoal de falar com essa pessoa de Cristo da próxima vez que a vir.
Sugestões para além do texto. Ao criarmos uma linha do tempo, examinamos o texto de Mt 27.51-53, onde o véu se rasgou, houve um terremoto e os mortos ressuscitaram.
Leia Ex 26.31-33 e Lv 16.29-34. Medite sobre o retrato do ritual dos judeus, que tinham apenas um homem que podia levar o sacrifício uma vez por ano por detrás do véu.
Leia Hb 5.1-4. O sumo sacerdote era infalível? Aquele sacrifício foi oferecido pelos pecados de quem (v. 3)? Como Jesus é diferente?
Leia Hb 10.1-25. Há um retrato criado pelo sumo sacerdote, o véu e o sacrifício oferecido pelo pecado. Quais desses papéis Jesus assumiu e realizou completamente? Quantas vezes Ele precisou realizar?
Você é testemunha fiel e verdadeira dAquele que deu a Sua vida como sacrifício pelos seus pecados?
Dia 1
João 19.17-37
Dia 2
Mateus 27
Dia 3
Marcos 15
Dia 4
Lucas 23
Dia 5
Salmo 22
Dia 6
Salmo 69
Dia 7
Hebreus 5.1-4




