Jesus e a Festa dos Tabernáculos (7)

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João 8.49-59

OUVIDOS ATENTOS

Neste domingo terminamos a nossa minissérie, “Jesus e a Festa dos Tabernáculos”, um estudo dos capítulos 7-8 do evangelho de João. Observamos que esta passagem começa com a informação que a liderança judaica procurava matar Jesus (7.1), e que seus irmãos incrédulos sugeriram que Ele fosse à festa para procurar Sua própria glória (vv. 2-4). A passagem encerra com estes mesmos temas: no final do capítulo 8, os judeus incrédulos O acusam de procurar Sua própria glória (8.48-58), e quando Ele se declara como sendo o próprio Deus (Eu Sou), pegaram pedras para matá-lO na hora (v. 59). Dentro deste “sanduíche” temático, o evangelista repete vários temas enquanto registra as reações da multidão em geral (cap. 7), dos líderes religiosos (cap. 8), e daqueles que “creram” (8.30).

A passagem culmina nos versículos que estudamos no domingo (8.49-59). Diante das afirmações alarmantes de Jesus (tenho água viva, Sou a luz do mundo), e as respostas que Ele dava às suas acusações, os judeus chegam à conclusão que Jesus só pode ser um samaritano e endemoninhado! As respostas finais de Jesus demonstram que eles não entendiam o relacionamento entre Jesus (Deus Filho) e Deus Pai. Neste relacionamento, é impossível acreditar em Deus corretamente sem aceitar e honrar o Filho, pois o plano do Pai é glorificá-lO. Quando Jesus declarou que obediência à Sua Palavra garantiria a vida eterna, eles viram como prova final: Jesus é endemoninhado, pois só isso explicaria um homem que se colocava acima de Abraão e os profetas! Demonstraram que não entendiam o relacionamento entre o crente (aquele que crê) e Deus. Deus não é Deus dos mortos, mais dos vivos! Finalmente, Jesus demonstrou a Sua natureza verdadeira ao declarar claramente que não só é maior do que Abraão e os profetas, mas Ele é o próprio Deus: Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, EU SOU!! (v. 58). Os judeus entenderam o que Ele afirmava, e sua reação imediata foi de pegar pedras para matá-lO. Que grande ironia! Os judeus, acusando Jesus de ser louco, e na sua loucura, achando que podiam matar o Deus encarnado! O ministério de Jesus estava chegando a um ponto crítico, que só se resolveria com a Sua morte na cruz.

CORAÇÕES ABERTOS

Em outras ocasiões estudamos que a definição mais básica do evangelho resume-se a quatro ideias centrais: O Deus Criador e Soberano, o homem criado, pecador e em rebeldia contra o Criador, Jesus Cristo, a única solução oferecida por Deus, e uma decisão a ser tomada—aceitar ou rejeitar o evangelho. 

Aqui nesta passagem da festa dos tabernáculos (João 7-8), podemos observar um resumo do evangelho. Observamos Deus Pai, enviando o Seu Filho, Jesus, para oferecer a vida eterna e o Espírito Santo ao homem (representado pelo povo judeu), pela graça, mediante a sua fé nEle como o Cristo. Temos a declaração das consequências (a decisão a ser tomada): rejeitar o Filho significa morrer em seus pecados (8.24). Várias vezes vemos a crise da fé—acreditar ou não nesta mensagem?—manifestada na confusão do povo, na ira e perseguição dos líderes, e na fé de alguns.

É importante enxergar que estas reações não são diferentes hoje. Se não entendermos o relacionamento inseparável entre Deus Filho e Deus Pai no Seu plano eterno, não cremos em Deus corretamente. Que exemplos atuais podemos observar no mundo evangélico de pessoas que querem acreditar em Deus sem aceitar o Cristo de Deus?

Nós observamos dois aspectos—esperança e responsabilidade—referentes ao relacionamento entre o crente e Deus (Deus dos vivos, e não dos mortos). De que outras formas esta verdade pode ser aplicada à nossa vida diária?

Por fim, examinamos a verdadeira natureza de Jesus Cristo: Ele é o grande Eu Sou! Isso fala do relacionamento entre Deus e o homem, pois é impossível aceitar o plano de Deus Pai sem aceitar esta verdade central, que o Messias não é apenas um homem, mas o Verbo—o Deus eterno, encarnado.

MÃOS ESTENDIDAS

Existe uma tendência moderna de querer apresentar um Jesus mais humano às pessoas, e portanto apresentá-lO com mais relevância à vida pessoal. “Jesus é meu amigo”. Alguns até têm falado em termos quase românticos que não convêm: “estou apaixonado por Jesus”. Temos que ter cuidado que nossa busca pela relevância não leve a irreverência. Por exemplo, Ele diz que é nosso amigo, mas continua sendo o mesmo Eu Sou que ordenou a Moisés que tirasse as sandálias para aproximar-se dEle.

Qual o seu entendimento de Jesus Cristo? Examine o seu relacionamento pessoal com Cristo.

  • Quem Ele é na sua vida? Com que frequência você pensa nEle, fala com Ele em oração?
  • Quando você pensa e interage com Cristo, você está ciente da Sua deidade?
  • Com que frequência você estuda os Seus ensinamentos nos evangelhos?
  • Com que frequência você estuda os ensinamentos inspirados dos seus seguidores no Novo Testamento?

Como as pessoas da sua vida entendem Jesus Cristo? Tente observar, pela fala e a conduta, como os seus familiares, colegas de trabalho ou escola, etc. entendem Jesus Cristo.

  • Elas falam de Jesus Cristo como Ele se apresenta na Bíblia? As coisas que dizem são coerentes com o Jesus bíblico?
  • Elas conhecem a Cristo como Salvador, ou apenas como uma noção religiosa?
  • Com que frequência estudam os Seus ensinamentos nos evangelhos? Ou os ensinamentos inspirados dos seus seguidores?
  • O que você está fazendo para ajudá-las a entender Jesus como Ele se apresenta na Sua Palavra?

MENTES OCUPADAS

Dia 1

João 7.1-52

Dia 2

João 8.12-59

Dia 3

Êxodo 3.1-14

Dia 4

Mateus 22.23-32

Dia 5

Marcos 12.18-27

Dia 6

Lucas 20.27-38

Dia 7

Salmo 90 (esp. v. 2)

Jesus e a Festa dos Tabernáculos (6): As Marcas do Falso Discípulo (2)

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JOÃO 8.39-47

OUVIDOS ATENTOS

Na mensagem de domingo concluímos a minissérie “As Marcas do Falso Discípulo” (Jo 8.31-47). Dentro do contexto do ensino de Cristo na festa dos tabernáculos, observamos que um grupo dos judeus (liderança religiosa) creu em Jesus (v. 30), mas quando responderam a afirmação de Jesus sobre o próximo passo para a verdadeira fé (vv. 31, 32), demonstraram que não eram verdadeiros discípulos de Cristo. Portanto examinamos quatro marcas de um falso discípulo: cegueira, escravidão, surdez e ilegitimidade. Estudamos a cegueira e a escravidão na primeira mensagem, e neste domingo abrimos as marcas de surdez e ilegitimidade.

Da mesma forma que a sua cegueira se manifestou no fato que não enxergavam a sua escravidão, a surdez deles apontava para sua ilegitimidade. Jesus afirmou quatro aspectos da sua surdez: Eram incapazes de receber a Palavra de Jesus porque não havia lugar neles para Sua palavra (v.37); não ouviam a Jesus porque estavam ouvindo outro mestre (v. 38); eram incapazes de ouvir a Palavra de Jesus (v. 43); e talvez a acusação mais devastadora: não ouviam porque não pertenciam a Deus! (v. 47). Essa última afirmação é importante porque mostra o relacionamento entre o ouvir e o pertencer. Jesus declarou que a surdez deles procedia do fato que não pertenciam a Deus.

A quem pertenciam, então? Jesus afirmou claramente, “Vocês pertencem ao pai de vocês, o diabo” (v. 44). Eram surdos à Palavra de Jesus porque eram filhos do diabo! Como evidência, Ele explicou: eles faziam o que ouviam do pai deles (v. 38), porque defendiam a mentira contra a verdade de Jesus, e o diabo é o pai da mentira (v. 44). Faziam as obras do pai deles (v. 41), porque queriam matar Jesus, e o diabo foi homicida desde o princípio (v. 44). Não ouviam Sua voz, porque pertenciam ao pai deles (44), e pelas obras demonstravam que queriam realizar o desejo do diabo (44). Contrastou a atitude e o comportamento deles com os verdadeiros filhos/discípulos de Deus que não só permanecem na Sua Palavra (v. 31), mas também amam a Jesus (v. 42), creem em Jesus (v. 45), tudo porque, de fato, pertencem a Deus (v. 47).

CORAÇÕES ABERTOS

A aplicação espiritual pessoal deste trecho é a mesma da semana passada: uma pessoa pode achar que é discípulo de Cristo, e de fato ser um falso discípulo. Mas o texto desta semana esclareceu uma verdade mais pesada ainda: que estes falsos discípulos são, de fato, filhos do diabo, que pertencem a ele e o imitam! Não há um meio-termo; ou pertencemos a Deus, ou pertencemos ao inimigo de Deus. [Explicamos que isso de modo algum ensina que o diabo está em pé de igualdade com Deus. Ele é uma criatura rebelde, não outro deus.]

Convém esclarecer novamente: o intuito desta mensagem não é criar dúvida no cristão; podemos e devemos ter certeza da salvação em Cristo. Mas devemos ter certeza embasada nas verdades bíblicas, e não em outros critérios criados por seres humanos.

A resposta correta para passagens como esta deve ser uma atitude de grande seriedade; Deus não está brincando. Temos apenas esta vida momentânea para resolver assuntos de importância eterna!

Discuta com o seu grupo:

O que mais marcou você no estudo sobre os falsos discípulos?

Que lição prática você aprendeu para sua vida espiritual pessoal?

Aprendeu alguma lição que vai alterar como você entende a sua vida em Cristo? Que vai alterar sua interação com outras pessoas à sua volta?

Você busca diariamente ouvir a Palavra de Deus (a Bíblia), e demonstrar pelas suas obras (atitudes e comportamentos) que você realmente pertence a Deus?

MÃOS ESTENDIDAS

Vamos por em prática aquilo que aprendemos durante as duas mensagens sobre o falso discípulo.

A mensagem de Jesus é ofensiva ao pecador. Antes de chegarmos às boas novas da salvação em Cristo, o Evangelho certamente é ofensivo também. O interessante é que não pensamos duas vezes ao deixar um médico remover ou amputar parte do nosso corpo para salvar a nossa vida, mas resistimos à ofensa do Evangelho que visa salvar a nossa alma!

É claro que Jesus tinha um conhecimento das pessoas que nós não temos. Nós temos que compartilhar o Evangelho—até as partes ofensivas—mas de tal forma que deixa claro que nós somos tão necessitados da graça quanto a pessoa a quem evangelizamos; e que nós amamos as pessoas e compartilhamos porque acreditamos que Deus deu a única resposta para nossa salvação em Jesus Cristo.

Tarefa: Pense nas pessoas da sua vida que não conhecem a Cristo, ou que talvez estejam vivendo a vida do falso discípulo—crendo que são discípulos mesmo que não sejam. Escolha uma pessoa esta semana, anote o seu nome, e considere:

Que oportunidades naturais você tem para compartilhar o evangelho com essa pessoa? Momentos que já ocorrem, contatos que você já tem com ela? Como você está usando estes momentos para abrir um diálogo sobre a sua fé em Cristo?

Que oportunidades você pode criar para compartilhar o evangelho com essa pessoa? Já convidou para tomar um café? Marcou um tempo para conversar? Usou algum gancho, como uma situação na vida dela, para falar de Cristo?

Você está orando por essa pessoa? Pediu a Deus por oportunidades naturais, ou momentos estratégicos para falar de Cristo para ela? Como você está planejando “amizades estratégicas” para levar pessoas a Cristo, ou ajudar falso discípulos a enxergarem sua situação e ouvirem a Deus?

MENTES OCUPADAS

Dia 1

João 8.31-38

Dia 2

João 8.39-47

Dia 3

Gênesis 15.1-6

Dia 4

Romanos 4.1-6

Dia 5

Tiago 2.18-26

Dia 6

Gálatas 3.1-9

Dia 7

Romanos 4.13-25

Jesus e a Festa dos Tabernáculos (6): As Marcas do Falso Discípulo (1)

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JOÃO 8.31-38

OUVIDOS ATENTOS

Na mensagem de domingo voltamos à série “Podes Crer” e à minissérie de Jesus na festa dos tabernáculos. De fato, começamos uma minissérie que se encaixa nestas duas primeiras, um estudo das marcas do falso discípulo. Parece estranho estudar o falso discípulo em vez do verdadeiro, mas é justamente isso que o texto de João 8.31-47 enfatiza: aqueles que “criam” em Jesus, mas que não eram verdadeiros discípulos.

Isso é uma mensagem importantíssima de João: nem toda “fé” é fé verdadeira. O texto diz claramente que depois da discussão dos vv. 13-29, muitos da liderança judaica creram em Jesus (v. 30). Mas é justamente este grupo de “crentes” que Jesus denuncia como incrédulos no trecho 8.31-47! Como é possível? Vimos que João relata dois passos importantes do verdadeiro discípulo: primeiro, ele crê que Jesus é o Cristo (8.24; lembrando o propósito do livro como o todo, 20.31). Jesus acrescenta que o próximo passo do verdadeiro discípulo é permanecer na Sua palavra, e assim conhecer a verdade e ser libertado pela verdade da Palavra (vv. 31, 32). Estes homens acreditaram até certo ponto no ensino de Jesus, mas não tomaram o próximo passo necessário para a fé verdadeira e salvadora.

Já o falso discípulo apresenta quatro marcas: cegueira, escravidão, surdez e ilegitimidade. Na mensagem de domingo só estudamos as primeiras duas marcas apresentadas na primeira parte da conversa entre Jesus e “aqueles que haviam crido nEle”. Jesus afirmou que sua fé os libertaria se permanecessem na Sua Palavra (vv. 31, 32). A resposta deles demonstrou que eles não viam a sua própria escravidão: “Somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como você pode dizer que seremos livres?” (v.33). Desde o início, o povo judeu havia experimentado séculos de escravidão! Eles estavam naquele momento sob o jugo de Roma. E, como todo ser humano, nasceram escravos do pecado. Jesus estava brilhando a Sua luz na condição espiritual deles, mas eles rejeitavam a noção de serem escravos pois eram espiritualmente cegos.

CORAÇÕES ABERTOS

A aplicação espiritual pessoal deste trecho é bastante claro: uma pessoa pode achar que é discípulo de Cristo, e de fato ser um falso discípulo!

Mateus 7.21-23 deixa isso muito claro: “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’ Então eu lhes direi claramente: ‘Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!’”

Esta mensagem de João é um alerta, mas não é para fazer ninguém duvidar da sua salvação. A Bíblia ensina que podemos ter a certeza da nossa salvação. Mensagens como esta servem para lembrar que o verdadeiro discípulo deve se certificar que:

  • crê verdadeiramente em Jesus como o Cristo,
  • e que permanece em Sua Palavra, e portanto é livre, verdadeiramente um filho de Deus.

Algumas perguntas pertinentes seriam:

Se digo que sou cristão, em que estou baseando esta afirmação? Tenho fé na minha religião, igreja, a fé dos meus pais, ou coisa parecida? Ou somente a fé em Cristo—e graça mediante a fé?

O que é mais importante para mim, ser visto como cristão (rótulo), ou ser um cristão (realidade)? Cristo é uma grife, ou é de fato Aquele que me salvou e transformou? Sou filho ou escravo?

MÃOS ESTENDIDAS

É muito fácil usar mensagens como esta para julgar a espiritualidade alheia. É muito fácil enxergar o pecado dos outros, mas devemos lembrar que nossa atitude, até em relação aos falsos discípulos, deve ser de compaixão.

Temos que observar dois aspectos do seu testemunho:

Sua fala. O que essa pessoa declara reflete a verdadeira mensagem do evangelho que se encontra na Palavra de Deus? Suas palavras demonstram uma fé verdadeira em Jesus Cristo?

Sua conduta. A vida dessa pessoa é coerente com o comportamento de um discípulo verdadeiro? Demonstra um amor pelos mandamentos e princípios bíblicos? Demonstra um entendimento da verdadeira liberdade dos seus pecados?

E se chegarmos à conclusão que uma pessoa não é um verdadeiro discípulo? Isso significa que somos melhores do que ela? Que devemos desprezar ou nos afastar dela?

Claro que não! Uma vez que resolvemos a questão em nosso coração, a nossa atenção deve se voltar a compartilhar a verdade com pessoas que não conhecem o evangelho, ou aquelas que vivem na cegueira e escravidão do falso discípulo.

Você conhece alguém que pela fala é crente em Cristo, mas pela vida demonstra que não é verdadeiramente livre? Alguém que segue uma religiosidade que parece cristã, mas que de fato é vazia e escrava?

Qual a sua atitude em relação aos falsos discípulos?

Qual foi a atitude de Jesus em relação àqueles falsos discípulos?

Como você pode tomar passos práticos para evangelizar pessoas que demonstram ser falsos discípulos?

MENTES OCUPADAS

Dia 1

João 8.31-38

Dia 2

João 8.39-47

Dia 3

Mateus 7.21-23

Dia 4

1 João 2.18, 19

Dia 5

2 Coríntios 4.1-18 (esp. vv. 3-6)

Dia 6

Lucas 4.14-21

Dia 7

Mateus 11.1-6

Jesus e a Festa dos Tabernáculos (5): Jesus x os “Judeus”

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JOÃO 8.12-30

OUVIDOS ATENTOS

Neste domingo continuamos a nossa minissérie “Jesus e a Festa dos Tabernáculos” dos capítulos 7 e 8 de João. Depois das Suas duas grandes afirmações durante a festa, Jesus foi questionado pelos “judeus” (a liderança religiosa judaica). Convém lembrar que os judeus fizeram isto em outro momento, depois da cura do paralítico do tanque de Betesda (João 5). Naquela situação, Jesus colocou de lado o Seu próprio testemunho a respeito de Si mesmo, apontando para quatro testemunhas importantes em Seu favor: Deus Pai, João o Batista, Sua obra, e as Escrituras. Nesta nova situação, porém, Ele defendeu Sua competência de testemunhar, mesmo a respeito de Si mesmo, e de fato colocou os próprios acusadores no banco dos réus.

Lembrem-se de quem são os atores nesta cena: de um lado temos Jesus, que, por todas as aparências humanas, era um galileu que não teve ensino formal, filho de José e Maria, mas que tinha feito grandes afirmações nas quais Ele se igualou a Deus Pai (que seria blasfêmia). Do outro lado, temos os “judeus”—fariseus, saduceus, sacerdotes e mestres da lei—homens religiosos considerados os grandes mestres da Lei de Moisés; pessoas consideradas quase santas.

O contraste que Jesus fez com as Suas respostas deixou nítido que Ele é alguém bem diferente deles, e são eles que saem perdendo. Ele é perfeitamente autoconsciente—sabe quem é, de onde veio, e para onde vai. Eles, no entanto, não tinham noção! Ele declarou que Ele é o perfeito juiz, pois julga com o juízo perfeito do Pai, enquanto eles julgavam por padrões humanos. Ele afirmou ter perfeito conhecimento que Ele compartilha com Pai; eles não conheciam ao Filho, e nem ao Pai. (Imagine só: líderes religiosos que não conheciam o Deus da sua própria religião!) Finalmente, Jesus apontou o contraste mais alarmante: Ele veio de cima e não é deste mundo. Os judeus eram do mundo; nem compartilhavam o mesmo plano de existência com o Cristo. Ele resumiu então o grande problema dos Seus acusadores: a não ser que eles cressem neste homem a quem questionavam, eles morreriam nos seus pecados. Estavam condenados, e a única solução era a fé nEle.

CORAÇÕES ABERTOS

Vamos aplicar o que aprendemos à nossa vida espiritual.

O dilema que Jesus apresentou para os judeus é o mesmo que nós enfrentamos hoje: qual vem primeiro, a fé ou o entendimento? Os judeus queriam ter certeza—entendimento absoluto—que Jesus era realmente o Cristo antes de aceitá-lO como tal. Tinham um grande problema, pois se Ele fosse o Messias, Ele não se encaixava no molde que eles haviam criado para o seu salvador.

Vejam só que opções extremas que Jesus os ofereceu:

Podiam recebê-lO pela fé: “Se alguém decidir fazer a vontade de Deus, descobrirá se o meu ensino vem de Deus ou se falo por mim mesmo” (Jo 7.17). (Decidir fazer a vontade de Deus exige acreditar na Sua vontade.)

Ou podiam rejeitá-lO de vez pelo assassinato: “Quando vocês levantarem o Filho do homem [falando da crucificação], saberão que Eu Sou, e que nada faço de mim mesmo, mas falo exatamente o que o Pai me ensinou” (Jo 8.28).

O interessante é que as duas opções levam ao entendimento; à certeza de que Ele falou a verdade. Infelizmente, uma das opções não leva à vida eterna. Um dia todos confessarão que Jesus é o Senhor, mas para muitos aquele dia será tarde demais para a sua salvação.

Será que somos muito diferentes dos fariseus? Nós não criamos hábitos e tradições em volta dos ensinamentos da Palavra de Deus, e depois tentamos forçar Deus a obedecer às normas que nós estabelecemos? Será que não cobramos ação de Deus para depois acreditar nEle? Será que nós não colocamos Deus no banco dos réus para responder às nossas acusações de como Ele deveria agir? Quais seriam alguns exemplos disso?

MÃOS ESTENDIDAS

Vamos por em prática o que aprendemos esta semana.

Em vários momentos durante a festa dos tabernáculos, pessoas procuravam Jesus para prender ou matá-lO. Jesus declarou um fato triste: “Mais uma vez, Jesus lhes disse: “Eu vou embora, e vocês procurarão por mim, e morrerão em seus pecados. Para onde vou, vocês não podem ir”. Isso levou os judeus a perguntarem: “Será que ele irá matar-se? Será por isso que ele diz: ‘Para onde vou, vocês não podem ir’?” Mas ele continuou: “Vocês são daqui de baixo; eu sou lá de cima. Vocês são deste mundo; eu não sou deste mundo. Eu lhes disse que vocês morrerão em seus pecados. Se vocês não crerem que Eu Sou, de fato morrerão em seus pecados” (Jo 8.21-24).

Jesus estava dizendo que o descrente não pode segui-lO para a eternidade com Deus Pai. Se não cressem, de fato morreriam em seus pecados. Há uma grande ironia no texto, pois pensaram que isso significava que Ele pretendia matar-se. Não, eles mesmos O matariam, e pela falta de fé não conseguiriam segui-lO! Por isso Jesus disse que entenderiam quando O “levantassem” (crucificassem).

Você conhece alguém cuja própria religiosidade o impede de seguir a Cristo? Alguém que fala de fé em Jesus, mas pela sua vida demonstra não conhecê-lO realmente?

Você entende que esta religiosidade superficial não salva? Jesus afirmou claramente, que sem a fé nEle como o Cristo até pessoas religiosas morrerão nos seus pecados. (Pense bem, os “judeus” eram os líderes religiosos!)

Você entende a sua responsabilidade como cristão (aquele que crê verdadeiramente em Cristo) para com estas pessoas?

Que passos práticos você pode tomar para ajudar estas pessoas a conhecerem a Cristo? Considere a abordagem de Jesus com as pessoas que Ele estava alcançando.

MENTES OCUPADAS

Dia 1

João 8.12-30

Dia 2

João 5.19-47

Dia 3

João 7.15-24

Dia 4

Atos 10.1-48 (esp. v. 34)

Dia 5

Isaías 33.20-24

Dia 6

2 Timóteo 4.1-8

Dia 7

Atos 2.1-47

Jesus e a Festa dos Tabernáculos (4): Jesus, a Luz do Mundo

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JOÃO 8.12

OUVIDOS ATENTOS

Neste domingo, continuamos o nosso estudo de Jesus na festa dos tabernáculos em Jerusalém (João 7-8). O consenso de muitos estudiosos é que o texto de João 7.53-8.11 (a mulher adúltera) não se encaixa neste contexto da festa. (Existem vários motivos para esta conclusão, que estudaremos juntos com o texto em outro momento.) Sem esta passagem, vemos que a leitura apresenta uma narrativa contínua do 7.52 diretamente ao 8.12, indicando que os eventos do capítulo 8 também aconteceram durante a festa.

Jesus fez duas declarações “no último e mais importante dia da festa” (v. 37), ambas que correspondiam às duas tradições judaicas da festa: a cerimônia onde água do tanque de Siloé era despejada no lado do altar, e o acendimento de quatro grandes candelabros que iluminavam todo o monte do templo.

Primeiro, Ele convidou àqueles que tinham sede, que viessem e bebessem. Quem cresse nEle teria “rios de água viva” fluindo do seu interior (vv. 37-38). A segunda afirmação foi o ponto central do nosso estudo neste domingo. Depois da discussão gerada pela sua primeira afirmação (e o Seu ensino em geral), Jesus declarou, “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida” (8.12). Essa é a segunda declaração “ego eimi” de Cristo no evangelho, na qual Jesus estava se identificando com, e se igualando a, Deus, tomando o título divino de “Eu Sou” para si.

Identificar-se como a “luz do mundo” também remetia à divindade, pois lembrava das muitas imagens de luz no Velho Testamento ligadas a Deus, e a direção divina por meio da Sua Palavra. Os judeus ouvindo esta declaração entendiam que Jesus estava se associando à glória de Deus manifestada na coluna de fogo durante o tempo no deserto, como também à própria festa dos tabernáculos, que lembrava daquele tempo. Eles, porém rejeitavam a luz, porque amavam as trevas mais do que a luz, pois suas obras eram más (Jo 3.19). Ainda não sabiam que na eternidade chegará o dia em que não haverá mais sol, pois a presença de Deus iluminará os novos céus e a nova terra (Ap 22.5).

CORAÇÕES ABERTOS

Vamos aplicar o que aprendemos à nossa vida espiritual. Você não precisa ser filósofo para lutar com as perguntas básicas apresentadas na filosofia: Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? É Interessante que, depois de declarar “eu sou”, Jesus disse “sei de onde vim e para onde vou. Mas vocês não sabem de onde vim nem para onde vou” (v. 14). Estudaremos mais sobre esta resposta na próxima mensagem, mas por ora é importante entender que ela está alicerçada na afirmação de que Ele é a luz do mundo. Ou seja, a iluminação necessária para que o homem tenha as respostas fundamentais da vida encontra-se na pessoa de Cristo.

Jesus declara que Ele é o próprio Deus. Parece que sempre batemos nesta mesma tecla, mas temos que entender que a deidade de Cristo é central a fé verdadeira. Ou Ele é Deus, ou Ele não é nada. Se cremos que Ele é Deus, Ele é a luz de Deus em nossa vida. E mais, João diz que nEle está a vida, e a vida (em Cristo) é a luz que procuramos! Você luta com alguma falta de entendimento? Que obstáculos estão obstruindo a passagem da luz para esta área da sua vida? O que Tiago 1.5 prescreve?

Jesus declara que Ele é a direção que devemos tomar. No Velho Testamento temos muitas ilustrações que apontam para Deus iluminando o caminho, diretamente, ou por meio da Sua Palavra. Você se sente perdido ou sem rumo em alguma área da vida? Tem procurado a direção que Deus oferece na Sua Palavra? Jesus não é apenas a luz que ilumina o caminho, Ele é o caminho também!

Jesus declara que Sua luz aponta para o pecado onde ele se encontra. Existe alguma coisa na sua vida que você tenta esconder de Deus e dos outros? O que impede a luz de Cristo entrar nestas áreas ocultas e escuras da sua vida?

MÃOS ESTENDIDAS

Vamos considerar estas duas ilustrações espirituais de Jesus de forma prática.

A água viva (o Espírito Santo) remete à provisão espiritual. Quem tem sede, venha e beba (creia em Cristo). Quem crer não só terá a sede saciada, mas fluirá para que outros também bebam desta água.

A luz do mundo (Jesus) remete à iluminação (entendimento) e à direção (evitar pecado, trilhar o caminho correto). Para os cegos espirituais, Jesus oferece uma solução: crer nEle. Quem crer trilhará na luz, e não nas trevas. Terá entendimento da perspectiva de Deus, e saberá aonde ir (e aonde não ir).

Ambas as ilustrações apontam para fontes infindáveis e infinitas presentes na vida do crente. Se não tivermos água e luz invadindo todas as áreas da vida, não é por causa de escassez na fonte de água ou luz; é porque algo está impedindo a passagem delas.

Considere estes três obstáculos em relação à sua vida:

Falta de conhecimento. Você tem um hábito diário de ler e estudar a Palavra de Deus? Pense em alguma área de escassez espiritual da sua vida. Você sabe o que a Bíblia ensina referente àquela área? Que passos práticos você pode tomar a partir de hoje para ter mais conhecimento da Palavra?

Falta de entendimento. Você lê a Bíblia, mas não entende o que diz, ou como se aplica à sua vida? Deus deu a igreja como um centro de edificação mútua; você está usando esse recurso? Você lê bons livros que explicam coerentemente a Palavra de Deus?

Falta de aplicação pessoal. Ler e compreender são apenas os primeiros passos; é necessário implementar aquilo que aprendemos. Você já “decidiu fazer a vontade de Deus” para ver que aquilo que Ele diz é verdade (Jo 7.17)? Já tomou a decisão de obedecer à risca a Palavra de Deus, para depois entender como Deus usará para o seu bem (Rm 8.28)?

MENTES OCUPADAS

Dia 1

João 8.12-30

Dia 2

Êxodo 13.1-22

Dia 3

Salmo 36.1-12

Dia 4

João 1.1-14

Dia 5

João 3.16-19

Dia 6

1 João 1.1-10

Dia 7

Apocalipse 22.1-21

Jesus e a Festa dos Tabernáculos (3): O Espírito, a Água Viva

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João 7.32-52

Ouvidos Atentos

Neste domingo continuamos a nossa minissérie sobre Jesus na festa dos tabernáculos, no capítulo 7 de João. Como já observamos, esta festa marca a transição para um período de conflito no ministério de Jesus, que resume-se bem na afirmação do v. 43: “o povo ficou dividido por causa de Jesus”. Mais e mais, veremos as facções se concretizando nas suas opiniões; os líderes religiosos (os “judeus”) cada vez mais agitados, procurando como prender e matar Jesus; a multidão indecisa e polarizada, com alguns querendo prendê-lO, e outros chegando à conclusão que Ele deve ser realmente o Cristo.

A mensagem deste domingo enfocou na tremenda afirmação de Jesus Cristo: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (vv. 37, 38). O Evangelista esclarece que Jesus estava falando sobre a vinda do Espírito Santo, que até aquele momento não tinha sido dado. Mesmo sem um contexto histórico, a afirmação de Jesus já é importante. Claramente, Ele não estava falando de água literal, e sim de uma realidade espiritual. Ele estava oferecendo uma solução permanente para sede espiritual de qualquer pessoa que cresse nEle. Mas se acrescentarmos o contexto histórico que seria evidente para os judeus daquele tempo, a afirmação toma proporções épicas. Eles lembrariam da história em Êxodo 17 (e Nm 20) onde Moisés tirou água da rocha no deserto. Eles também entenderiam dentro do contexto da própria festa dos tabernáculos. Era a maior festa judaica do ano, onde celebravam a bonança da colheita dentro da terra prometida enquanto viviam em barracas por sete dias para lembrar do tempo de escassez no deserto. Traziam água do tanque de Siloé até o altar com grande festejo, pedindo a Deus pela chuva, e lembrando da Sua provisão. Em meio a estes momentos de grande celebração, Jesus estava declarando que Ele possuía a água viva—o Espírito Santo—para saciar a sede daquele que nEle cresse. Ele estava fazendo ligação entre a provisão passada de Deus no deserto e o Seu ministério presente. Dentro deste contexto, as implicações messiânicas são inegáveis.

Corações Abertos

Para fazermos a aplicação espiritual desta mensagem, precisamos lembrar do sentido da festa dos tabernáculos como contexto da afirmação de Jesus. A festa servia para lembrar uma coisa central: que Deus é Aquele que sustém o Seu povo. Tanto nas privações e dificuldades dos quarenta anos no deserto, como na chegada final à terra prometida, com a fartura que ali havia, Deus cuidava do Seu povo. A festa celebrava estes momentos, e as muitas ofertas—sacrifícios de animais, ofertas de cereais e bebidas e holocaustos oferecidos pelos pecados—serviam como memorial da provisão de Deus não só pelas necessidades físicas, mas as espirituais também.

Quem tem sede espiritual? Como falamos no domingo, a sede espiritual é tão natural ao homem quanto a sede física. Nós somos adoradores, não tem como ser outra coisa; a questão não é se adoramos, mas a quem (ou o que) adoramos. A fé em Cristo deve saciar a nossa sede espiritual. É possível que nós ainda tenhamos sede em certas áreas da nossa vida? Isso é porque Cristo é insuficiente? Que podemos fazer para permitir que a água viva também sacie nestas áreas? Jesus convida: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (v. 37).

A promessa é que o Espírito Santo—a água viva—fluirá do nosso interior quando cremos. Você já visitou uma nascente? Você precisou encher algum reservatório ou tanque para que a água jorrasse daquele local? A promessa é que o Espírito Santo fluirá como água de uma fonte. Se há alguma escassez na nossa vida espiritual, podemos presumir que a falta não é da parte de Deus—Ele oferece uma nascente, uma fonte de água viva. Qual é a nossa responsabilidade diante deste dom gratuito e sem fim de Deus? Jesus iguala o “beber” com o “crer”: a resposta é a fé. O segredo de ter essa fonte jorrando para todas as áreas da vida é crer em Cristo e remover os empecilhos para que flua sem impedimento, transbordando para outras pessoas.

Mãos Estendidas

Nós do estado de São Paulo temos experiência recente com a escassez de água. Fato triste é que a grande seca dos últimos anos aconteceu numa região tão rica em recursos hídricos. Sim, houve uma falta de chuva; mas o que levou à situação tão crítica foram os abusos humanos e a falta de gerenciamento adequado dos recursos.

Podemos observar um paralelo espiritual. Cristãos do século XXI têm à disposição mais recursos e ferramentas para divulgação do Evangelho do que qualquer outra geração anterior. Temos a mesma fonte infindável do Espírito Santo, potencialmente jorrando de cada cristão. “Potencialmente” por quê? Porque embora a fonte esteja presente, nem todo cristão está transbordando esta fonte para que outros sejam alcançados. Para alguns, as barreiras são falsas doutrinas que levam a focos e comportamentos que impedem a ação saudável do Espírito. Para outros, o egoísmo leva a criar “barragens” que mantêm uma bela lagoa artificial para alguns, mas que não transborda para fora da sua “panelinha” espiritual. Estamos anos-luz à frente daqueles primeiros cristãos em termos de tecnologias para distribuição da água—comunicação instantânea e gratuita para quase qualquer parte do mundo, mídias que permitem a divulgação 24 horas por dia—mas em termos práticos, somos menos eficazes do que aquelas pessoas, perseguidas por sua fé, que usavam apenas o seu testemunho pessoal (palavra falada), ou até o seu testemunho final (o martírio), mas não deixavam de fluir a água viva.

O que está impedindo a água viva (Espírito Santo) de fluir para todas as áreas de sua vida? Que passos práticos você pode tomar para remover estes obstáculos?

O que está impedindo você de transbordar e jorrar esta água para as pessoas à sua volta? Que passos você pode tomar para reconhecer e remover os obstáculos para um testemunho mais eficaz para as pessoas da sua família, seu trabalho, sua escola, etc.?

Mentes Ocupadas

Dia 1

João 7.32-52

Dia 2

Levítico 23.34-36; 39-43

Dia 3

Números 29.12-40

Dia 4

Jeremias 2.9-13

Dia 5

Jeremias 17.5-13

Dia 6

Apocalipse 21.1-7

Dia 7

Apocalipse 22.1-21

Jesus e a Festa dos Tabernáculos (2): Decidindo Fazer a Vontade de Deus

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João 7.14-31

Ouvidos Atentos

Neste domingo continuamos estudando as atividades de Jesus durante a festa dos tabernáculos (Jo 7). Depois de negar-se a ir com os seus irmãos à festa, Jesus subiu em segredo para Jerusalém, e não se manifestou até que a festa estivesse em andamento por vários dias, pois sabia que os líderes religiosos procuravam prender e matá-lO. Na mensagem de domingo, vimos que Ele começou a ensinar no pátio do templo, coisa que muitos outros mestres e rabbis faziam naquela época. A reação dos “judeus” (liderança judaica) e da multidão nos mostra que Ele era muito diferente dos outros mestres, tanto no conteúdo da Sua mensagem como na Sua autoridade. É importante lembrar que Jesus tinha a aparência de um homem galileu comum; não havia nada para marcá-lO como sendo diferente, e certamente não como sendo Deus. Mas as Suas afirmações eram tão espetaculares que levou muitos a concluir que Ele só podia ser louco, endemoniado, mentiroso ou todas as respostas acima.

O interessante do texto que examinamos é que o Evangelista nem registra o conteúdo do ensino de Jesus (pois sabemos bem o que Jesus ensinava), mas relata a reação do povo, e as interações de Cristo com aqueles que estavam divididos a Seu respeito. Jesus respondeu com várias afirmações surpreendentes. Jesus questionou o sistema de educação do povo judeu. Eles questionavam a Sua autoridade por não ter sido educado formalmente. Ele atacou a sinceridade deles, pois o Seu ensino vinha de Deus, e eles não o reconheciam. Ele afirmou que se eles decidissem fazer a vontade de Deus, eles teriam confirmação que o ensino era de Deus Pai. Jesus questionou a sinceridade do povo judeu, pois eles afirmavam seguir a Moisés, mas julgavam pelas aparências, portanto queriam violar a lei (matando Jesus) porque não entendiam o Seu comportamento. Jesus por fim atacou o conhecimento dos judeus, afirmando que eles só conseguiam discernir o físico e o terreno (Ele é nazareno), mas o verdadeiro conhecimento é espiritual e procede de Deus Pai.

A reação até este ponto da festa foi de confusão. Os “judeus” procuravam prendê-lO, e o povo não sabia se decidir: Ele é o Cristo ou não?

Corações Abertos

Os princípios que Jesus ensinou tem aplicações espirituais muito práticas para o nosso dia a dia. Nós resumimos o estudo em três ideias ou conceitos gerais. Vamos ver como podemos considerá-los na nossa vida pessoal.

O ensinamento correto (a verdade verdadeira) é aquele que vem de Deus Pai.

Por que é importante entender isso? Isso afeta como entendemos a família? Isso afeta como entendemos o nosso trabalho? Ou a escolha de uma carreira? Que outras áreas devem ser informadas pela verdade que vem de Deus?

O julgamento correto (justo) é aquele que entende os valores de Deus Pai.

Você já esteve numa situação onde um julgamento precipitado ou baseado nas aparências levou a alguma confusão? Como podemos evitar estas situações?

Pv 18.13 diz, “Quem responde antes de ouvir, comete insensatez e passa vergonha”. Que princípio neste provérbio nos ajudará a evitar julgamentos precipitados?

O conhecimento correto é aquele que procede de Deus Pai.

A resposta de Cristo em relação à confusão do povo sobre Sua identidade (é o Cristo ou não?) foi esta: vocês precisam conhecer a Deus, e assim me conhecerão. O cristão é aquele que já decidiu que Jesus é o Cristo. Mas existe a possibilidade de vivermos com indecisão em certas áreas, o ateísmo funcional do qual falamos no estudo de Jonas. Como podemos evitar esta indecisão?

Mãos Estendidas

Nesta seção sempre tentamos pensar sobre alguns passos práticos para viver aquilo que aprendemos. Desta vez, o passo mais prático se encontra nas palavras de Jesus: “Se alguém decidir fazer a vontade de Deus, descobrirá se o meu ensino vem de Deus ou se falo por mim mesmo” (Jo 7.17). Ou seja, o primeiro passo da fé que tomamos é a decisão de fazer a vontade de Deus.

Na Salvação. A Bíblia diz claramente que a salvação é algo que Deus faz, e que a maneira que recebemos a Sua salvação é pela fé. Quando pessoas tentam ganhar ou manter a sua salvação pelas obras estão “decidindo fazer a vontade de Deus”? Estão fazendo a vontade de quem? (Ef 2.8, 9; Gl 3.1-6)

Na Caminhada Cristã. Há uma grande diferença entre saber o que a Bíblia diz e obedecer, de fato, a Deus. Muitos têm conhecimento do ensinamento bíblico, mas isso não significa que estão praticando os mandamentos e princípios bíblicos. Precisamos “decidir fazer a vontade de Deus”, e assim saberemos que os ensinamentos da Bíblia são verdadeiros.

Sabemos, por exemplo, que a vontade de Deus é que estudemos a Sua Palavra (Sl 1; 19; 119; 2 Tm 3.16, 17). Mas só iremos ler a Bíblia quando decidirmos fazer a Sua vontade e pegar a Bíblia e ler. Você já decidiu fazer a Sua vontade neste aspecto?

Sabemos que a vontade de Deus é a nossa santidade (1 Ts 4.3). Você já decidiu fazer a Sua vontade quanto à sua santidade?

Sabemos que a vontade de Deus é que façamos discípulos de Cristo (Mt 28.19, 20). Você já decidiu fazer a Sua vontade, falando de Cristo para outras pessoas; vivendo a sua fé de modo que pessoas perguntem a razão da sua fé (1 Pe 3.15)?

Você entende que há uma grande diferença entre saber a vontade de Deus e decidir fazer a Sua vontade? Ambos são necessários, mas o saber é inútil sem a decisão de fazer alguma coisa com o conhecimento (Tg 2.14-20).

Mentes Ocupadas

Dia 1

João 7.14-31

Dia 2

João 7.32-52

Dia 3

1 Tessalonicenses 4.1–8

Dia 4

1 Pedro 3.13–17

Dia 5

Tiago 2.14-20

Dia 6

Efésios 2.1-10

Dia 7

Gálatas 3.1-9

Jesus e a Festa dos Tabernáculos (1): A Submissão de Jesus à Agenda de Deus

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João 7.1-13

Ouvidos Atentos

Na mensagem de domingo voltamos à nossa série Podes Crer com a passagem de João 7.1-13, que serve de introdução para o período de conflito na vida de Jesus. Certamente Jesus já havia causado controvérsias até então no Seu ministério, mas deste ponto em diante, veremos que as facções estavam cada vez mais polarizadas, com o grupo de liderança judaica—que João chama “os judeus”—procurando meios de matá-lO.

Sabemos do texto que estava próxima a festa dos tabernáculos, e vimos uma interação de Jesus com o Seus irmãos em relação à Sua participação na festa. (Sabemos o nome de pelo menos quatro irmãos de Jesus, e o fato que Ele tinha irmãs também, do texto de Marcos 6.3.) Eram filhos de José e Maria, portanto meio-irmãos de Jesus. A princípio, parece que eles eram a favor de Jesus e o Seu ministério, e que estavam dando conselhos bons: “Vá para Judeia! Seja reconhecido!” Mas João esclarece que os seus conselhos procediam da sua incredulidade: “Pois nem os seus irmãos criam nele” (Jo 7.7). Eles estavam promovendo o sensacionalismo, o egocentrismo e o oportunismo ao sugerir que Jesus deveria procurar um “mercado” maior para os Seus milagres, para ganhar fama e tirar melhor vantagem dos Seus poderes.

A resposta de Jesus é semelhante à resposta que Ele deu à Maria no casamento em Caná (Jo 2.4)—não era a Sua hora, o Seu tempo. Ele estava seguindo a agenda de Deus, trabalhando até a hora da Sua morte na cruz. Ele não subiria à festa com os seus irmãos, adotando os propósitos deles. Mais tarde Ele subiu à festa, mas em segredo. Ele tinha, sim, planos de estar na festa, mas de acordo com a vontade de Deus a qual Ele se submetia.

Enquanto isso, na festa, “os judeus” estavam à procura dEle (para matá-lO), as multidões estavam indecisas: alguns achavam Ele um bom homem; outros que Ele era um enganador. Cada vez mais, as tensões causadas pelo ensinamento de Cristo montavam o cenário para uma grande crise, que culminaria na cruz.

Corações Abertos

Vamos aplicar as verdades que aprendemos  à nossa vida espiritual. A partir deste texto, nós observamos dois princípios que podemos aprender a respeito da atitude de Jesus quanto ao plano de Deus, e das várias atitudes das pessoas em relação à fé em Cristo.

Os propósitos de Deus exigem um plano de ação diferente do mundo.

Estamos livres para usar os recursos e as ferramentas do mundo, mas não podemos nos submeter às filosofias ateístas ou humanistas da sociedade.

Vimos o exemplo da internet como ferramenta durante a mensagem. Quais seriam outros exemplos de ferramentas ou recursos do mundo que podemos usar? Como podemos distinguir entre a ferramenta e a filosofia por trás dela? Discuta alguns exemplos de filosofias ateístas ou humanistas que precisamos reconhecer e evitar.

Falamos da dinâmica do RECEBER (aceitar aquilo que reflete claramente os valores de Deus na Bíblia), REJEITAR (abandonar completamente o que a Bíblia declara como pecado), ou REDIMIR (resgatar em Cristo coisas que são neutras, e que podem ser usadas para o reino). Discuta alguns exemplos práticos.

O plano de Deus exige uma decisão da nossa parte. Vimos quatro atitudes no texto de domingo.

Pessoas que criam que Jesus afirmava ser Deus, mas que O rejeitaram.

Pessoas que criam que Jesus afirmava ser Deus, mas que achavam que Ele estava mentindo.

Pessoas que criam em Jesus, mas apenas como sendo um bom homem.

Pessoas que criam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus.

A fé verdadeira para salvação não é apenas acreditar que Deus existe ou que Jesus era uma pessoa histórica com uma boa mensagem; a verdadeira fé aceita a afirmação divina: Jesus é Deus-Filho, o Cristo. Você conhece pessoas que “acreditam” em Deus assim? Como você pode ajudá-los a entender a fé verdadeira?

Mãos Estendidas

Vamos fazer um exercício prático para aplicar ao nosso dia a dia as verdades que aprendemos.

Jesus se recusou a morrer em várias ocasiões (Jo 7.6; 8.20, 59), pois sabia que morreria, mas só na hora planejada por Deus. Também não permitiu que a multidão o coroasse rei (Jo 6.15), pois, no tempo certo, sabe que Deus fará todo joelho se dobrar diante do Rei dos Reis (Fp 2.9-11). Um ponto chave para o entendimento desta atitude de Jesus é que Ele se submetia perfeitamente à vontade e à agenda de Deus.

Poderíamos argumentar que não temos um conhecimento tão perfeito quanto o de Cristo sobre o plano de Deus. Sabemos, no entanto, que Ele “nos tem dado tudo o que diz respeito à vida e à piedade” (2 Pe 1.3). Portanto, podemos concluir que temos o suficiente para conhecer a nossa parte no Seu plano, para crer nEle e o Seu propósito em Cristo e assim para obedecer à Sua vontade. Isso até quando não se enquadra com os nossos planos.

Em quais destas áreas devemos nos submeter em obediência à vontade de Deus revelada nas Escrituras? (Escreva sim ou não no espaço.)

 ____ nos nossos relacionamentos pessoais (família, amizades, namoros, etc.)

 ____ nos nossos relacionamentos profissionais (patrões, empregados, etc.)

 ____ na nossa escolha de carreira (e os estudos que levam a essa carreira)

 ____ nas nossas decisões financeiras

 ____ nas nossas escolhas de lazer ou entretenimento

Você colocou “não” em alguma área? Por que você acha que não deve se submeter à Deus nesta área? O que a Bíblia ensina sobre isso? Nas áreas que você escreveu “sim”: você conhece o ensinamento bíblico para essa área? Como saberá se submeter à vontade de Deus se não conhece a Sua vontade?

Mentes Ocupadas

Dia 1

João 7.1-13

Dia 2

Levítico 23.33-42

Dia 3

Rom 10.1–17

Dia 4

Filipenses 2.1–13

Dia 5

1 Coríntios 10.23–24

Dia 6

João 7.14-31

Dia 7

João 7.32-52