Até Quando, Senhor? Salmo 13 e as Frustrações da Vida

Até quando, Senhor? Para sempre te esquecerás de mim?
Até quando esconderás de mim o teu rosto?
Até quando terei inquietações e tristeza no coração dia após dia?
Até quando o meu inimigo triunfará sobre mim?

Olha para mim e responde, Senhor meu Deus.
Ilumina os meus olhos, do contrário dormirei o sono da morte;
os meus inimigos dirão: “Eu o venci”, e os meus adversários festejarão o meu fracasso.

Eu, porém, confio em teu amor; o meu coração exulta em tua salvação.
Quero cantar ao Senhor pelo bem que me tem feito.

—Salmos 13:1-6

Neste domingo estudamos a mensagem do Salmo 13, que expressa a frustração do salmista, e a solução que ele encontra em Deus. O salmo começa com a pergunta “Até quando, Senhor?”, seguido por uma série de sentimentos do salmista. Ele sente que Deus se esqueceu dele, que Ele está escondendo o seu rosto. Ele sente inquietações e tristeza constantes. Ele acha que os seus inimigos estão triunfando sobre ele. Vimos que estes sentimentos de tristeza e de abandono são comuns nos salmos, como também é o sentimento de frustração. A pergunta “até quando?” é expressada pelo menos nove vezes nos salmos. Podemos entender da pergunta do salmista que não é errado sentir isso, nem de expressar este sentimento para Deus, mas devemos fazê-lo com respeito, e sempre deve nos levar às respostas bíblicas.

A frustração do salmista o leva a uma súplica honesta. Ele pede para que Deus o examine (“olha para mim”) e o responda. Pede também sabedoria (“ilumina os meus olhos”). Como falamos, Davi ainda demonstra um certo pessimismo na sua súplica. Ele acha que se Deus não o responder, ele morrerá, e os seus inimigos festejarão a sua derrota. É importante ver, porém, que mesmo com a sua visão negativa da situação, ele está recorrendo a Deus para resolver os seus problemas.

A frustração de Davi e sua súplica honesta o levam a um resultado sobrenatural: ele termina o salmo exaltando a Deus, e cantando sobre o bem que Deus lhe tem feito. Quando ele diz que confia no amor de Deus, ele usa uma palavra que significa o amor de Deus ligado à Sua aliança. É mais do que o amor-sentimento; é o amor-promessa. Para nós, lendo este salmo depois da vinda de Cristo, tanto este amor e a “salvação” têm novos significados. Se o salmista podia cantar do bem que Deus lhe fez, quanto mais nós, que temos a certeza e esperança em Cristo, podemos louvar a Deus?

Este salmo nos dá um exemplo bíblico de como lidar com as circunstâncias da vida: as nossas emoções são válidas, e podem ser expressadas para Deus, contanto que a verdade revelada na Bíblia, e por meio de Cristo, nos levam a glorificar ao Deus que nos fez (e ainda faz) bem.

Falamos que as emoções expressadas por Davi são comuns, e são válidas, mas que elas não podem chegar a nos dominar, ou escravizar. Para muitos, estas emoções—frustração, tristeza, inquietação, temor—não os levam para a cruz. Como disse o autor Francis Schaeffer:

“Uma cultura ou um indivíduo com uma base fraca só poderá aguentar enquanto a pressão sobre ela não for grande demais”.

—Francis Schaeffer,  How Should We Then Live? (Como Devemos Então Viver?)

Para estas pessoas, a vida começa e termina nelas mesmas; não estão seguras na base infinitamente forte e eterna de Cristo, a rocha. Por isso, verão que suas bases só aguentam quando a pressão não for grande demais. É fácil ver que na nossa sociedade, muitos vivem com bases fracas demais para aguentar as pressões da vida.

Aplicação Pessoal

Como está a sua base?

Você se sente frustrado com alguma coisa recentemente? Frustrado com pessoas? Frustrado com Deus e a aparente inação dele?

Sua frustração está sendo causada por algo além do seu controle? Está acontecendo por circunstâncias que você criou, ou é independente de suas ações?

Você tem expressado esta frustração para Deus?

Você tem procurado respostas para a sua situação na Bíblia? A Bíblia trata direta- ou indiretamente do seu problema?

Você tem voltado às coisas que Deus já realizou na sua vida e agradecido pelo “bem que lhe tem feito”?

Aplicação Prática

Quer fazer um exercício prático aplicando esta verdade bíblica? Leia as seguintes perguntas, e escreva as suas respostas numa folha de papel. Use as suas respostas para traçar os passos do salmista: expresse os seus sentimentos, suplique a Deus por sabedoria (respostas bíblicas), louve a Deus pelo o que Ele tem feito em sua vida.

Descreva uma situação em que você sentiu que Deus estava ausente, ou tardio em responder; um momento em que você perguntou “até quando, senhor?”

Você passou pelas inquietações, a tristeza, o medo, ou outras emoções fortes durante este tempo? Descreva o que você sentiu.

Você expressou estas coisas para Deus? ◻︎ Sim ◻︎ Não. O que aconteceu com aquela situação?

Quais são algumas verdades bíblicas, diretas ou indiretas, que falam (ou falaram) à sua situação?

Você tem voltado às coisas que Deus já realizou na sua vida e agradecido pelo “bem que lhe tem feito”? Faça isso agora. Escreva, em forma de oração, agradecendo a Deus pelo bem que Ele tem feito em sua vida.

Maridos Perseguindo a Excelência

Como alguns sabem, eu morei vários anos nos estados unidos. Quando voltei para o Brasil, fiquei feliz em ver que muitos livros excelentes haviam sido, ou estavam sendo, traduzidos para o português, por editoras como a Fiel, NUTRA, Hagnos, entre outras. Fiquei decepcionado, no entanto, ao procurar entre os livros traduzidos qualquer material para maridos. Conhecia dois livros, “The Exemplary Husband” (O Marido Exemplar) de Stuart Scott, e “The Complete Husband” (O Marido Completo) de Lou Priolo, e ambos continuavam sem tradução. Não tinha ideia naquela época que eu estaria traduzindo livros futuramente. Foi pouco depois que eu conheci Pr. Jayro da editora NUTRA, e comentei que gostaria de ver estes dois livros em português. Como poderia saber que ele responderia (falando do livro do Lou Priolo), “Nós temos os direitos para publicar este livro”? Como poderia saber que algum tempo depois ele ofereceria para mim este projeto para tradução?

Em agosto do ano passado, eu contei como conheci o Lou Priolo durante uma das suas viagens ao Brasil. Falei da série de encontros desde de 2008 que levaram àquele ponto. Eu não sabia que quando conheci Pr. Jayro num elevador em St. Louis, nos EUA, em 2008, Deus me levaria por uma série de passos que chegariam ao ponto de traduzir este livro que queria tanto ver em português. Mas é o que aconteceu.

Na semana passada, a editora NUTRA lançou “Maridos Perseguindo a Excelência”, a tradução do “The Complete Husband” de Lou Priolo. Caro leitor, se você é um marido, esta leitura é obrigatória! Precisa estar nas estantes de qualquer pastor que queira ajudar os homens da sua igreja a serem maridos direcionados por Deus. Lamentei há cinco anos que este livro não existia em português. Hoje regozijo, pois, graças a Deus, está ao alcance do marido brasileiro! Que Ele operou para que eu participasse do lançamento deste livro na nossa língua é bênção sobre bênção. Espero que todos aproveitem bem as verdades que o Lou Priolo organiza tão bem no seu trabalho.

Cerimônias Perfeitas. Casamentos Imperfeitos.

(Read this post in English.)

Eu adoro a linguística. Eu gosto da clareza que ela traz àquelas coisinhas inexplicáveis do uso cotidiano da linguagem. Mais eu gosto dela mais ainda quando nos ajuda a entender algo que não é relacionado à linguagem.

Considere as palavras perfeito e imperfeito.

No cotidiano, usamos “perfeito” para significar algo completo, inteiro, ou sem falhas; por outro lado, entendemos “imperfeito” como algo incompleto ou falho.

Mas na linguística, estas palavras explicam aspectos de tempo em certas situações. Conhecemos bem estes aspectos na língua portuguesa. O perfeito descreve uma ação completa. “Eu comi o bolo”. Já o imperfeito descreve uma ação contínua ou habitual. “Eu comia bolo”. Entendemos a ideia do hábito de comer bolo; uma coisa que aconteceu mais de uma vez.

Eu pensei destes aspectos da linguística quando li sobre a notícia mais recente que reflete a grave realidade do casamento moderno: no dia 31 de outubro, Kim Kardashian abriu o processo de divórcio contra o seu marido de apenas 72 dias, Kris Humphries.

O dia do seu casamento opulento e a brevidade do seu tempo de casados refletem uma tendência na cultura ocidental. Em agosto, a mídia só falava deste casamento, relatando os milhões (na faixa de $10-$20 milhões de dólares) que foram gastos para fazer um casamento “perfeito”. E não é só coisa de celebridade! Mais e mais, o custo do casamento está subindo no Brasil. E a experiência nos diz que não é apenas que os preços das coisas que os noivos precisam estão subindo, mas que o número de coisas que as pessoas querem para fazer o casamento “perfeito” está aumentando.

Sem perceber, os casais estão vendo o casamento como se fosse algo vivido no aspecto perfeito—como se a cerimônia, um evento que acontece e se completa em um determinado dia, fosse tão importante quanto o casamento, a união que deveria perdurar, e que só se completa no final de uma vida juntos. Existe um ditado popular em inglês que diz, “as bodas não fazem um casamento”. Ou seja, o casamento é mais do que uma cerimônia.

Enquanto o número de cerimônias “perfeitas” aumenta, também cresce o número de casamentos breves e “imperfeitos” (falidos). O número das separações e dos divórcios continua crescendo a cada ano. Sabemos por experiência pessoal, que muitos casamentos a nossa volta acabam em separação e divórcio.

Precisamos, desesperadamente, fugir da ideia da “perfeição” em relação ao casamento. Você não terá o namoro “perfeito”, nem achará o cônjuge “perfeito”, nem poderá ter a cerimônia “perfeita”, e certamente não terá um casamento “perfeito”. Todas estas ideias são fruto da propaganda de um mundo menos que perfeito que produz casamentos dos contos de fada que terminam em desastre (se lembra da princesa Diana?).

Isto não significa que não podemos ter um namoro abençoado, um cônjuge abençoado, uma cerimônia abençoada, e um casamento abençoado. Quanto mais cedo nós entendermos que vivemos num mundo imperfeito e pecaminoso, mais cedo reconheceremos que a nossa única esperança de alcançar companheirismo, amor, e intimidade duradoura dentro do casamento será em viver as nossas vidas imperfeitas em casamentos imperfeitos (contínuos, constantes), enquanto lutamos para trazer ao centro das nossas vidas a única perfeição que conhecemos—Jesus Cristo.

Enquanto a sociedade se empenha para ter cerimônias “perfeitas” e continua produzindo casamentos “imperfeitos”, a tendência bíblica é de lutar por cerimônias no aspecto perfeito, e viver a perfeição de Cristo por meio dos nossos casamentos imperfeitos.

Casamento em Crase

Esse a ‘tem crase’?

Pergunta meio marota esta. Sim, porque o a não tem crase em lugar nenhum. Crase é o nome do fenômeno de fusão de dois aa. O acento grave, hoje, só se usa para indicar a crase; portanto, basta perguntar se o a tem acento grave.

A crase é um fenômeno que ocorre independentemente da nossa vontade. Quando alguém, inadvertidamente, não acentua o a craseado, isso não significa que o fenômeno deixou de ocorrer. O fenômeno ocorreu, apenas deixou de ser indicado. De outro lado, quando se coloca o acento no a desnecessariamente, não se indica absolutamente coisa nenhuma, porque, se o fenômeno não se dá, não será por nossa boa-vontade que ele forçosamente se dará.

(Luiz Antonio Sacconi, “Não Erre Mais” 28a edição, Ed. Harbra, p. 130)

Este artigo sobre a crase abriu os meus olhos para a perspectiva equivocada que muitos têm quanto à crase. Por mais interessante que seja, para muitos realmente não interessa se crase é acento ou fusão; vão continuar perguntando se o “a tem crase” de qualquer forma. Mas o que realmente me marcou sobre este artigo é um paralelo muito interessante que podemos fazer entre esta questão de gramática e a questão de casamento na sociedade moderna. Em muitos países, legisladores estão considerando, e até aprovando, leis que reconhecem como casamento a união de parceiros homossexuais. A pergunta que estão tentando responder é “este casamento é válido?” Eu digo que se aceitarmos a definição bíblica do casamento, esta pergunta faz tão pouco sentido quanto a pergunta sobre a crase.

Vejam só: se aceitarmos a Bíblia como a palavra de Deus (entenda—se você não aceita este ponto de partida, então o resto de argumento não fará a menor diferença), então Deus é o autor não só da criação, mas do homem, e do casamento. É o plano Dele para o relacionamento mais básico da humanidade; é átomo do qual a matéria da sociedade é formada. E quem define o que é um casamento é Deus, e Ele criou e instituiu uma união de um homem e uma mulher numa aliança para o resto das suas vidas mortais. Isto séculos antes de existir cartório algum para aprovar ou não um casamento. Como a crase tem uma definição no dicionário, o casamento tem sua definição na Bíblia. Se aceitarmos ou não, crase acontece ou não acontece, independentemente do nosso reconhecimento; se aceitarmos ou não, casamento acontece ou não acontece, independentemente do nosso reconhecimento (individual ou civil). Ou seja, não adianta perguntar se “o casamento homossexual é válido?” pois pela definição se é homossexual, nem seria casamento, muito menos válido.

E não é só união homossexual, não, viu? Existem muitas formas de união humana que faltam os elementos necessários para serem definidas como casamento, mesmo que sejam reconhecidas e aprovadas pela autoridades civis ou a sociedade. Existem outras que são irregulares perante a lei civil, mas mesmo assim constituem um casamento legítimo (Deus sendo acima de qualquer governo).

Temos que entender que se o nosso governo optar por reconhecer estas uniões, não estarão “mudando a definição do casamento” como alguns dizem; simplesmente estarão dando aprovação humana a uma união humana. Como também se a partir de hoje o governo anulasse todos os casamentos no cartório, estes não deixariam de ser casamentos! Por quê? Porque quem define isto é Deus, e não o ser humano.

Não será pela força de nossa vontade que o casamento vai mudar de definição. Como acontece em qualquer área da vida, o que muda é a nossa aceitação do plano de Deus. Da mesma forma que aqueles que usam o acento grave de forma incorreta cometem um erro de gramática; aqueles que definem o casamento à sua maneira cometem um erro: este erro também tem nome, queira ou não. Deus define isto como o pecado.

Agora, me ajudem com outra pergunta: Este gato na minha mão, é rottweiler ou pastor alemão?

Conhecendo Lou Priolo

Lou Priolo e Eu

Foi uma surpresa muito agradável quando fiquei sabendo que Lou Priolo, autor de vários livros excelentes na área de aconselhamento, estaria visitando o Brasil este ano. A princípio, eu pretendia assistir suas palestras em Caldas Novas, mas houve alguns contratempos, e vi que não ia dar certo. Então tive uma segunda surpresa agradável: Lou Priolo, ao terminar em Caldas, estaria dando um workshop no sábado, dia 14 de agosto, na Igreja Batista da Vila Mariana, que fica mais ou menos uma hora e meia de onde eu moro. E ao ligar para receber informações tive a terceira surpresa agradável: o workshop estava sendo organizado pelo NUTRA (Núcleo de Treinamento, Recursos e Aconselhamento Bíblico), dirigido pelo Pr. Jayro Cáceres, da Igreja Batista Pedras Vivas em São Paulo.

Em outubro de 2008, eu estava nos EUA com a família, cuidando de algumas coisas relatadas ao falecimento de minha sogra em julho do mesmo ano. Minha esposa e eu assistimos a conferência da NANC (que traduzido seria Associação Nacional de Conselheiros Noutéticos) em St. Louis, no estado de Missouri. Ao entrar no elevador do hotel, reparei que dois casais estavam conversando em português. De brincadeira, eu entrei na conversa, avisando que tinham que “tomar cuidado, porque pode ser que alguém entenda o que estão dizendo.” Foi assim que conheci Pastor Jayro.  Aí estávamos nós, nos conhecendo enquanto visitávamos os EUA, sem saber que nós morávamos no mesmo estado no Brasil, e que, em apenas dois anos, estaríamos conversando no telefone sobre um workshop que ele estava organizando.

E foi assim, que um encontro “por acaso” num elevador de St. Louis ocasionou a minha visita a São Paulo este fim de semana, não só para rever o Pr. Jayro, como também ouvir Lou Priolo, e depois conhecê-lo e almoçar junto com ele. Foi um dia muito abençoado. Tive a oportunidade de comprar dois livros do Lou Priolo já traduzidos para português pela editora NUTRA: O Coração da Ira, e O Caminho para o Filho Andar. Se já não leu estes livros, eu recomendo que vá para sua livraria imediatamente, ou faça contato com a editora NUTRA, e compre. Ambos são excelentes na área de educação de filhos, mas O Coração da Ira tem aplicações bem mais abrangentes para alguém que se interessa em aconselhar pessoas biblicamente.

Fique atento nos elevadores, gente! Pode ser que “por acaso” você conheça alguém que mude sua vida. Se não, pode ser que alguém te conheça, e lhe dê oportunidade de mudar a vida dele.