Jesus e a Festa dos Tabernáculos (3): O Espírito, a Água Viva

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João 7.32-52

Ouvidos Atentos

Neste domingo continuamos a nossa minissérie sobre Jesus na festa dos tabernáculos, no capítulo 7 de João. Como já observamos, esta festa marca a transição para um período de conflito no ministério de Jesus, que resume-se bem na afirmação do v. 43: “o povo ficou dividido por causa de Jesus”. Mais e mais, veremos as facções se concretizando nas suas opiniões; os líderes religiosos (os “judeus”) cada vez mais agitados, procurando como prender e matar Jesus; a multidão indecisa e polarizada, com alguns querendo prendê-lO, e outros chegando à conclusão que Ele deve ser realmente o Cristo.

A mensagem deste domingo enfocou na tremenda afirmação de Jesus Cristo: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (vv. 37, 38). O Evangelista esclarece que Jesus estava falando sobre a vinda do Espírito Santo, que até aquele momento não tinha sido dado. Mesmo sem um contexto histórico, a afirmação de Jesus já é importante. Claramente, Ele não estava falando de água literal, e sim de uma realidade espiritual. Ele estava oferecendo uma solução permanente para sede espiritual de qualquer pessoa que cresse nEle. Mas se acrescentarmos o contexto histórico que seria evidente para os judeus daquele tempo, a afirmação toma proporções épicas. Eles lembrariam da história em Êxodo 17 (e Nm 20) onde Moisés tirou água da rocha no deserto. Eles também entenderiam dentro do contexto da própria festa dos tabernáculos. Era a maior festa judaica do ano, onde celebravam a bonança da colheita dentro da terra prometida enquanto viviam em barracas por sete dias para lembrar do tempo de escassez no deserto. Traziam água do tanque de Siloé até o altar com grande festejo, pedindo a Deus pela chuva, e lembrando da Sua provisão. Em meio a estes momentos de grande celebração, Jesus estava declarando que Ele possuía a água viva—o Espírito Santo—para saciar a sede daquele que nEle cresse. Ele estava fazendo ligação entre a provisão passada de Deus no deserto e o Seu ministério presente. Dentro deste contexto, as implicações messiânicas são inegáveis.

Corações Abertos

Para fazermos a aplicação espiritual desta mensagem, precisamos lembrar do sentido da festa dos tabernáculos como contexto da afirmação de Jesus. A festa servia para lembrar uma coisa central: que Deus é Aquele que sustém o Seu povo. Tanto nas privações e dificuldades dos quarenta anos no deserto, como na chegada final à terra prometida, com a fartura que ali havia, Deus cuidava do Seu povo. A festa celebrava estes momentos, e as muitas ofertas—sacrifícios de animais, ofertas de cereais e bebidas e holocaustos oferecidos pelos pecados—serviam como memorial da provisão de Deus não só pelas necessidades físicas, mas as espirituais também.

Quem tem sede espiritual? Como falamos no domingo, a sede espiritual é tão natural ao homem quanto a sede física. Nós somos adoradores, não tem como ser outra coisa; a questão não é se adoramos, mas a quem (ou o que) adoramos. A fé em Cristo deve saciar a nossa sede espiritual. É possível que nós ainda tenhamos sede em certas áreas da nossa vida? Isso é porque Cristo é insuficiente? Que podemos fazer para permitir que a água viva também sacie nestas áreas? Jesus convida: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (v. 37).

A promessa é que o Espírito Santo—a água viva—fluirá do nosso interior quando cremos. Você já visitou uma nascente? Você precisou encher algum reservatório ou tanque para que a água jorrasse daquele local? A promessa é que o Espírito Santo fluirá como água de uma fonte. Se há alguma escassez na nossa vida espiritual, podemos presumir que a falta não é da parte de Deus—Ele oferece uma nascente, uma fonte de água viva. Qual é a nossa responsabilidade diante deste dom gratuito e sem fim de Deus? Jesus iguala o “beber” com o “crer”: a resposta é a fé. O segredo de ter essa fonte jorrando para todas as áreas da vida é crer em Cristo e remover os empecilhos para que flua sem impedimento, transbordando para outras pessoas.

Mãos Estendidas

Nós do estado de São Paulo temos experiência recente com a escassez de água. Fato triste é que a grande seca dos últimos anos aconteceu numa região tão rica em recursos hídricos. Sim, houve uma falta de chuva; mas o que levou à situação tão crítica foram os abusos humanos e a falta de gerenciamento adequado dos recursos.

Podemos observar um paralelo espiritual. Cristãos do século XXI têm à disposição mais recursos e ferramentas para divulgação do Evangelho do que qualquer outra geração anterior. Temos a mesma fonte infindável do Espírito Santo, potencialmente jorrando de cada cristão. “Potencialmente” por quê? Porque embora a fonte esteja presente, nem todo cristão está transbordando esta fonte para que outros sejam alcançados. Para alguns, as barreiras são falsas doutrinas que levam a focos e comportamentos que impedem a ação saudável do Espírito. Para outros, o egoísmo leva a criar “barragens” que mantêm uma bela lagoa artificial para alguns, mas que não transborda para fora da sua “panelinha” espiritual. Estamos anos-luz à frente daqueles primeiros cristãos em termos de tecnologias para distribuição da água—comunicação instantânea e gratuita para quase qualquer parte do mundo, mídias que permitem a divulgação 24 horas por dia—mas em termos práticos, somos menos eficazes do que aquelas pessoas, perseguidas por sua fé, que usavam apenas o seu testemunho pessoal (palavra falada), ou até o seu testemunho final (o martírio), mas não deixavam de fluir a água viva.

O que está impedindo a água viva (Espírito Santo) de fluir para todas as áreas de sua vida? Que passos práticos você pode tomar para remover estes obstáculos?

O que está impedindo você de transbordar e jorrar esta água para as pessoas à sua volta? Que passos você pode tomar para reconhecer e remover os obstáculos para um testemunho mais eficaz para as pessoas da sua família, seu trabalho, sua escola, etc.?

Mentes Ocupadas

Dia 1

João 7.32-52

Dia 2

Levítico 23.34-36; 39-43

Dia 3

Números 29.12-40

Dia 4

Jeremias 2.9-13

Dia 5

Jeremias 17.5-13

Dia 6

Apocalipse 21.1-7

Dia 7

Apocalipse 22.1-21

Jesus e a Festa dos Tabernáculos (2): Decidindo Fazer a Vontade de Deus

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João 7.14-31

Ouvidos Atentos

Neste domingo continuamos estudando as atividades de Jesus durante a festa dos tabernáculos (Jo 7). Depois de negar-se a ir com os seus irmãos à festa, Jesus subiu em segredo para Jerusalém, e não se manifestou até que a festa estivesse em andamento por vários dias, pois sabia que os líderes religiosos procuravam prender e matá-lO. Na mensagem de domingo, vimos que Ele começou a ensinar no pátio do templo, coisa que muitos outros mestres e rabbis faziam naquela época. A reação dos “judeus” (liderança judaica) e da multidão nos mostra que Ele era muito diferente dos outros mestres, tanto no conteúdo da Sua mensagem como na Sua autoridade. É importante lembrar que Jesus tinha a aparência de um homem galileu comum; não havia nada para marcá-lO como sendo diferente, e certamente não como sendo Deus. Mas as Suas afirmações eram tão espetaculares que levou muitos a concluir que Ele só podia ser louco, endemoniado, mentiroso ou todas as respostas acima.

O interessante do texto que examinamos é que o Evangelista nem registra o conteúdo do ensino de Jesus (pois sabemos bem o que Jesus ensinava), mas relata a reação do povo, e as interações de Cristo com aqueles que estavam divididos a Seu respeito. Jesus respondeu com várias afirmações surpreendentes. Jesus questionou o sistema de educação do povo judeu. Eles questionavam a Sua autoridade por não ter sido educado formalmente. Ele atacou a sinceridade deles, pois o Seu ensino vinha de Deus, e eles não o reconheciam. Ele afirmou que se eles decidissem fazer a vontade de Deus, eles teriam confirmação que o ensino era de Deus Pai. Jesus questionou a sinceridade do povo judeu, pois eles afirmavam seguir a Moisés, mas julgavam pelas aparências, portanto queriam violar a lei (matando Jesus) porque não entendiam o Seu comportamento. Jesus por fim atacou o conhecimento dos judeus, afirmando que eles só conseguiam discernir o físico e o terreno (Ele é nazareno), mas o verdadeiro conhecimento é espiritual e procede de Deus Pai.

A reação até este ponto da festa foi de confusão. Os “judeus” procuravam prendê-lO, e o povo não sabia se decidir: Ele é o Cristo ou não?

Corações Abertos

Os princípios que Jesus ensinou tem aplicações espirituais muito práticas para o nosso dia a dia. Nós resumimos o estudo em três ideias ou conceitos gerais. Vamos ver como podemos considerá-los na nossa vida pessoal.

O ensinamento correto (a verdade verdadeira) é aquele que vem de Deus Pai.

Por que é importante entender isso? Isso afeta como entendemos a família? Isso afeta como entendemos o nosso trabalho? Ou a escolha de uma carreira? Que outras áreas devem ser informadas pela verdade que vem de Deus?

O julgamento correto (justo) é aquele que entende os valores de Deus Pai.

Você já esteve numa situação onde um julgamento precipitado ou baseado nas aparências levou a alguma confusão? Como podemos evitar estas situações?

Pv 18.13 diz, “Quem responde antes de ouvir, comete insensatez e passa vergonha”. Que princípio neste provérbio nos ajudará a evitar julgamentos precipitados?

O conhecimento correto é aquele que procede de Deus Pai.

A resposta de Cristo em relação à confusão do povo sobre Sua identidade (é o Cristo ou não?) foi esta: vocês precisam conhecer a Deus, e assim me conhecerão. O cristão é aquele que já decidiu que Jesus é o Cristo. Mas existe a possibilidade de vivermos com indecisão em certas áreas, o ateísmo funcional do qual falamos no estudo de Jonas. Como podemos evitar esta indecisão?

Mãos Estendidas

Nesta seção sempre tentamos pensar sobre alguns passos práticos para viver aquilo que aprendemos. Desta vez, o passo mais prático se encontra nas palavras de Jesus: “Se alguém decidir fazer a vontade de Deus, descobrirá se o meu ensino vem de Deus ou se falo por mim mesmo” (Jo 7.17). Ou seja, o primeiro passo da fé que tomamos é a decisão de fazer a vontade de Deus.

Na Salvação. A Bíblia diz claramente que a salvação é algo que Deus faz, e que a maneira que recebemos a Sua salvação é pela fé. Quando pessoas tentam ganhar ou manter a sua salvação pelas obras estão “decidindo fazer a vontade de Deus”? Estão fazendo a vontade de quem? (Ef 2.8, 9; Gl 3.1-6)

Na Caminhada Cristã. Há uma grande diferença entre saber o que a Bíblia diz e obedecer, de fato, a Deus. Muitos têm conhecimento do ensinamento bíblico, mas isso não significa que estão praticando os mandamentos e princípios bíblicos. Precisamos “decidir fazer a vontade de Deus”, e assim saberemos que os ensinamentos da Bíblia são verdadeiros.

Sabemos, por exemplo, que a vontade de Deus é que estudemos a Sua Palavra (Sl 1; 19; 119; 2 Tm 3.16, 17). Mas só iremos ler a Bíblia quando decidirmos fazer a Sua vontade e pegar a Bíblia e ler. Você já decidiu fazer a Sua vontade neste aspecto?

Sabemos que a vontade de Deus é a nossa santidade (1 Ts 4.3). Você já decidiu fazer a Sua vontade quanto à sua santidade?

Sabemos que a vontade de Deus é que façamos discípulos de Cristo (Mt 28.19, 20). Você já decidiu fazer a Sua vontade, falando de Cristo para outras pessoas; vivendo a sua fé de modo que pessoas perguntem a razão da sua fé (1 Pe 3.15)?

Você entende que há uma grande diferença entre saber a vontade de Deus e decidir fazer a Sua vontade? Ambos são necessários, mas o saber é inútil sem a decisão de fazer alguma coisa com o conhecimento (Tg 2.14-20).

Mentes Ocupadas

Dia 1

João 7.14-31

Dia 2

João 7.32-52

Dia 3

1 Tessalonicenses 4.1–8

Dia 4

1 Pedro 3.13–17

Dia 5

Tiago 2.14-20

Dia 6

Efésios 2.1-10

Dia 7

Gálatas 3.1-9

Jesus e a Festa dos Tabernáculos (1): A Submissão de Jesus à Agenda de Deus

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João 7.1-13

Ouvidos Atentos

Na mensagem de domingo voltamos à nossa série Podes Crer com a passagem de João 7.1-13, que serve de introdução para o período de conflito na vida de Jesus. Certamente Jesus já havia causado controvérsias até então no Seu ministério, mas deste ponto em diante, veremos que as facções estavam cada vez mais polarizadas, com o grupo de liderança judaica—que João chama “os judeus”—procurando meios de matá-lO.

Sabemos do texto que estava próxima a festa dos tabernáculos, e vimos uma interação de Jesus com o Seus irmãos em relação à Sua participação na festa. (Sabemos o nome de pelo menos quatro irmãos de Jesus, e o fato que Ele tinha irmãs também, do texto de Marcos 6.3.) Eram filhos de José e Maria, portanto meio-irmãos de Jesus. A princípio, parece que eles eram a favor de Jesus e o Seu ministério, e que estavam dando conselhos bons: “Vá para Judeia! Seja reconhecido!” Mas João esclarece que os seus conselhos procediam da sua incredulidade: “Pois nem os seus irmãos criam nele” (Jo 7.7). Eles estavam promovendo o sensacionalismo, o egocentrismo e o oportunismo ao sugerir que Jesus deveria procurar um “mercado” maior para os Seus milagres, para ganhar fama e tirar melhor vantagem dos Seus poderes.

A resposta de Jesus é semelhante à resposta que Ele deu à Maria no casamento em Caná (Jo 2.4)—não era a Sua hora, o Seu tempo. Ele estava seguindo a agenda de Deus, trabalhando até a hora da Sua morte na cruz. Ele não subiria à festa com os seus irmãos, adotando os propósitos deles. Mais tarde Ele subiu à festa, mas em segredo. Ele tinha, sim, planos de estar na festa, mas de acordo com a vontade de Deus a qual Ele se submetia.

Enquanto isso, na festa, “os judeus” estavam à procura dEle (para matá-lO), as multidões estavam indecisas: alguns achavam Ele um bom homem; outros que Ele era um enganador. Cada vez mais, as tensões causadas pelo ensinamento de Cristo montavam o cenário para uma grande crise, que culminaria na cruz.

Corações Abertos

Vamos aplicar as verdades que aprendemos  à nossa vida espiritual. A partir deste texto, nós observamos dois princípios que podemos aprender a respeito da atitude de Jesus quanto ao plano de Deus, e das várias atitudes das pessoas em relação à fé em Cristo.

Os propósitos de Deus exigem um plano de ação diferente do mundo.

Estamos livres para usar os recursos e as ferramentas do mundo, mas não podemos nos submeter às filosofias ateístas ou humanistas da sociedade.

Vimos o exemplo da internet como ferramenta durante a mensagem. Quais seriam outros exemplos de ferramentas ou recursos do mundo que podemos usar? Como podemos distinguir entre a ferramenta e a filosofia por trás dela? Discuta alguns exemplos de filosofias ateístas ou humanistas que precisamos reconhecer e evitar.

Falamos da dinâmica do RECEBER (aceitar aquilo que reflete claramente os valores de Deus na Bíblia), REJEITAR (abandonar completamente o que a Bíblia declara como pecado), ou REDIMIR (resgatar em Cristo coisas que são neutras, e que podem ser usadas para o reino). Discuta alguns exemplos práticos.

O plano de Deus exige uma decisão da nossa parte. Vimos quatro atitudes no texto de domingo.

Pessoas que criam que Jesus afirmava ser Deus, mas que O rejeitaram.

Pessoas que criam que Jesus afirmava ser Deus, mas que achavam que Ele estava mentindo.

Pessoas que criam em Jesus, mas apenas como sendo um bom homem.

Pessoas que criam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus.

A fé verdadeira para salvação não é apenas acreditar que Deus existe ou que Jesus era uma pessoa histórica com uma boa mensagem; a verdadeira fé aceita a afirmação divina: Jesus é Deus-Filho, o Cristo. Você conhece pessoas que “acreditam” em Deus assim? Como você pode ajudá-los a entender a fé verdadeira?

Mãos Estendidas

Vamos fazer um exercício prático para aplicar ao nosso dia a dia as verdades que aprendemos.

Jesus se recusou a morrer em várias ocasiões (Jo 7.6; 8.20, 59), pois sabia que morreria, mas só na hora planejada por Deus. Também não permitiu que a multidão o coroasse rei (Jo 6.15), pois, no tempo certo, sabe que Deus fará todo joelho se dobrar diante do Rei dos Reis (Fp 2.9-11). Um ponto chave para o entendimento desta atitude de Jesus é que Ele se submetia perfeitamente à vontade e à agenda de Deus.

Poderíamos argumentar que não temos um conhecimento tão perfeito quanto o de Cristo sobre o plano de Deus. Sabemos, no entanto, que Ele “nos tem dado tudo o que diz respeito à vida e à piedade” (2 Pe 1.3). Portanto, podemos concluir que temos o suficiente para conhecer a nossa parte no Seu plano, para crer nEle e o Seu propósito em Cristo e assim para obedecer à Sua vontade. Isso até quando não se enquadra com os nossos planos.

Em quais destas áreas devemos nos submeter em obediência à vontade de Deus revelada nas Escrituras? (Escreva sim ou não no espaço.)

 ____ nos nossos relacionamentos pessoais (família, amizades, namoros, etc.)

 ____ nos nossos relacionamentos profissionais (patrões, empregados, etc.)

 ____ na nossa escolha de carreira (e os estudos que levam a essa carreira)

 ____ nas nossas decisões financeiras

 ____ nas nossas escolhas de lazer ou entretenimento

Você colocou “não” em alguma área? Por que você acha que não deve se submeter à Deus nesta área? O que a Bíblia ensina sobre isso? Nas áreas que você escreveu “sim”: você conhece o ensinamento bíblico para essa área? Como saberá se submeter à vontade de Deus se não conhece a Sua vontade?

Mentes Ocupadas

Dia 1

João 7.1-13

Dia 2

Levítico 23.33-42

Dia 3

Rom 10.1–17

Dia 4

Filipenses 2.1–13

Dia 5

1 Coríntios 10.23–24

Dia 6

João 7.14-31

Dia 7

João 7.32-52

A Morte e a Ressurreição (2): Para que Serve a Ressurreição?

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Colossenses 3.1-17

Ouvidos Atentos

Neste domingo da Páscoa, estudamos sobre a ressurreição de Cristo. Repetimos a fórmula da semana retrasada: descrevemos o evento para depois entender a verdade espiritual que acontecia naquele evento. Para a crucificação, examinamos Mateus 27, e estudamos a obra de Jesus na cruz a partir de 2 Co 5.19-21. Neste domingo, assistimos uma bela apresentação da vida, ministério, morte e ressurreição de Jesus direto dos textos de João, e estudamos a importância da ressurreição a partir de Colossenses 3.1-17, nos concentrando especialmente nos vv. 1-4.

Podemos resumir o estudo desta passagem com a seguinte afirmação: A ressurreição de Jesus Cristo é a base da nossa vida cristã diária, e a esperança da nossa vida eterna futura. Paulo começa o texto dizendo, “Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo…” (v. 1), ou seja; tudo que ele vai explicar aceita  como pressuposto duas verdades importantes. Primeiro, que a morte e a ressurreição de Jesus Cristo foram fatos históricos. Em segundo lugar, que o registro bíblico está correto quanto ao valor espiritual destes fatos; que em Sua morte o nosso velho homem também foi crucificado (Rm 6.6, 7) e que na Sua ressurreição nós também ressurgimos para uma nova vida (Rm 6.4, 5).

Já que Ele foi crucificado e ressuscitou, e, pela fé, nós também participamos da morte e da ressurreição, Paulo exorta o cristão a uma nova atitude (ou pensamento) e a um novo comportamento (norteado pela nova atitude). Ele nos instrui a procurar e manter os nossos pensamentos “no alto”, ou nas coisas divinas, “onde Cristo está assentado à direita de Deus” (Cl 3.1-3). Este novo jeito de pensar (atitude, cosmovisão), nos levará a uma nova maneira de viver (comportamento), na qual nós mortificamos o velho homem, e nos revestimos dos valores que caracterizam Jesus Cristo e Deus Pai. Tudo isso prevê a vida eterna futura, garantida em Cristo, quando seremos manifestados com Ele em glória (v. 4).

Corações Abertos

O que nós aprendemos no domingo tem inúmeras aplicações espirituais, algumas claramente indicadas no texto. Paulo explica em termos claros que a ressurreição de Cristo tem repercussões abrangentes na nossa vida diária como crentes em Cristo Jesus.

Uma Maneira Nova de Enxergar a Vida (pensamento). A partir do momento que aceitamos a Jesus como Salvador, a Bíblia nos descreve como novas criaturas (2 Co 5.17), cidadãos do céu (Fp 3.20) e sacerdócio real (1 Pe 2.9), entre outras coisas. O cristão pensa diferente do não-cristão, ou pelo menos deveria pensar; pensamentos e desejos que refletem os valores de Deus (do alto).

Onde estão os seus pensamentos? Eles estão com Cristo, ou estão escravizados às preocupações da vida? Podemos resolver os problemas diários por meio dos pensamentos voltados para Deus?

Uma Maneira Nova de Viver a Vida (comportamento). O cristianismo se confunde em relação a fé e as obras. A Bíblia mostra claramente que a fé deve levar às obras, e não as obras à fé. Isso não anula as obras; o comportamento cristão deve ser diferente, e governado pela nova atitude em Cristo. Discuta com o seu grupo maneiras práticas de aplicar as duas dinâmicas abaixo na vida diária do cristão.

Mortificar/Despir-se Vivificar/Revestir-se
imoralidade sexual profunda compaixão
impureza bondade
paixão humildade
ganância/idolatria mansidão
ira/indignação paciência
maldade perdão
maledicência amor
linguagem indecente paz
mentira gratidão

 

Mãos Estendidas

Quando vemos as duas listas lado a lado (como na seção “Corações Abertos”), fica bem claro que a vida sob o pecado se concentra no eu e na satisfação dos desejos do eu; mas a vida em Cristo tem um foco que parte do eu, mas opera a serviço do outros. Isso encaixa muito bem com os princípios que já observamos de Tiago 4, onde vemos que as contendas e dissensões que ocorrem vêm das nossas próprias paixões e nossos próprios desejos.

O texto de Colossenses (e outros), deixa claro que um dos propósitos divinos em Cristo é trazer a unidade em meio à diversidade; de quebrar barreiras que separam pessoas: “Nessa nova vida já não há diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita, escravo e livre, mas Cristo é tudo e está em todos” (3.11).

Tarefa: Durante a próxima semana, comece um novo hábito (se você já não o faz). Escolha uma prática da lista “mortificar”, e determine abandonar aquela prática em Cristo. A seguinte ideia serve apenas de exemplo, você escolherá a área mais apropriada para sua vida.

Considere a “maledicência” (literalmente, “blasfêmia”—difamar, ou falar mal dos outros). Se isso for algo que você pratica—fofocando sobre as pessoas, falando mal de alguém para outra pessoa, insultando pessoas que te machucam, etc.—então você se concentraria em mortificar a maledicência esta semana.

Alguns exercícios práticos:

  • Ore pela pessoa da qual falava mal. Uma oração positiva! Procure saber as necessidades e desafios da vida dela, para orar com ciência.
  • Vença o mal com o bem (Rm 12.18-21). Em vez de falar mal, procure beneficiar a pessoa de alguma forma.
  • Confesse e peça perdão. Procure a pessoa e explique a situação, e busque o seu perdão.

O interessante deste exercício é que ao ser proativo na mortificação, os pensamentos e comportamentos que devemos vivificar acontecem automaticamente. Humildade nos leva a querer parar de falar mal, e também de buscar perdão, que está ligado ao amor e à paz. Fazer o bem implica bondade. Os outros valores naturalmente fluirão do nosso desejo (novo) de querer fazer o que é certo.

Mentes Ocupadas

Nossa leitura bíblica desta semana:

Dia 1

Mateus 28.1-20

Dia 2

Marcos 16.1-20

Dia 3

Lucas 24.1-53

Dia 4

João 20.1-30

Dia 5

Colossenses 3.1-17

Dia 6

Romanos 6.1-11

Dia 7

Romanos 6.12-23

A Morte e a Ressurreição (1): O Que Aconteceu na Cruz?

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2 Coríntios 5.19-21

Ouvidos Atentos

Neste domingo fizemos um breve intervalo na série Podes Crer para estudar sobre a crucificação de Cristo, preparando para estudar sobre Sua ressurreição na Páscoa. Depois de ler a série de eventos durante a crucificação no evangelho de Mateus (27.15-61), examinamos 2 Coríntios 5.19-21 para entender o que estava acontecendo espiritualmente enquanto Jesus padecia e morria na cruz.

Paulo divide o ensino deste trecho em cinco temas: Deus, por intermédio dos Seus ministros, que falam da parte de Cristo, tem uma mensagem de reconciliação, a saber, que Ele resolveu o problema do pecado do homem em Cristo. Observa-se uma nítida distinção entre o plano da salvação (reconciliar o homem pecador em Cristo), que está completamente nas mãos de Deus, e a mensagem da salvação, que Deus escolheu confiar às pessoas fiéis que se mobilizam e fazem o apelo de Deus: reconciliem-se com Ele!

O versículo chave do nosso estudo foi o v. 21, uma declaração que o autor e pastor John MacArthur afirma ser um dos melhores resumos do evangelho: “Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus”. Este versículo opera em conjunto com a afirmação  que Deus em Cristo “não lança em conta” os nossos pecados (v. 19), mas ao invés de contar contra nós, Ele fez uma grande troca: tornou Jesus, o Seu perfeito Filho, em pecado—nosso pecado!—para que nós pudéssemos nos tornar a justiça de Deus (v. 21)!

Foi isso que aconteceu na crucificação de Cristo: Deus estava reconciliando em Cristo todo aquele que, por motivo do seu pecado, nunca teria acesso ao seu Criador. Como? Atribuindo ao seu Filho, que não tinha pecado, todos os nossos pecados, e imputando a justiça perfeita de Cristo a nós.

Corações Abertos

Este trecho se aplica facilmente à ideia de compartilhar o evangelho. Da mesma forma que Paulo fazia o apelo à igreja de Corinto, podemos entender como nós que temos o evangelho hoje devemos compartilhar com aqueles que ainda não O conhecem.

Observamos no mundo evangélico várias formas de tentar motivar os cristãos a evangelizarem:

Por pressão ou sentimento de culpa. Este tipo de apelo é aquele que diz, “Olha, você sabe que precisa contar para as outras pessoas sobre Jesus, certo? Deus ordenou, você tem que fazer! Você é um crente muito ruim se não está falando de Cristo para os outros”. Isso funciona? Você já se sentiu pressionado pela culpa a falar de Cristo para as outras pessoas? Este tipo de evangelismo é eficaz? A qualidade da mensagem é boa sob este tipo de pressão?

Tá tudo azul! Outros acham que devemos nos concentrar apenas nas coisas positivas da mensagem do evangelho: vida eterna, vitória, prosperidade, o amor de Deus ou Jesus como amigo, camarada. De certo modo, chega a um ponto que pessoas nem sabem porque precisam da salvação, pois parece que está “tudo azul”—não há um problema. Este “evangelho” está completo? O que falta? Foi assim que Jesus declarou o evangelho? Paulo? João, discípulo do amor?

Equilibrado. Paulo diz que foi constrangido, não por culpa, mas pelo amor de Jesus, pois entendia que a salvação não só servia para todos, mas era necessária para todos. A mensagem do evangelho, para ser completa, precisa esclarecer o quê? Quais são os elementos principais da mensagem do evangelho, usando 2 Coríntios 5.19-21 como guia.

Mãos Estendidas

Esta seção foi adaptada do texto em inglês que se encontra
nesta página do site IX Marcas.

Mark Dever, o autor do livro “9 Marcas de uma Igreja Saudável”, afirma que podemos resumir bem o evangelho se entendermos o sentido bíblico de quatro palavras:

Deus, Homem, Cristo e Resposta.

Mark Dever explica um pouco mais a respeito de cada termo:

Deus. Deus é Criador de todas as coisas (Gn 1.1). Ele é perfeitamente santo, digno de toda adoração e punirá o pecado. (1 Jo 1.5, Ap 4.11, Rm 2.5-8).

Quando você apresenta o evangelho para alguém, você apresenta o retrato bíblico de quem Deus é?

Homem. Todas as pessoas, embora criadas boas, tem se tornado pecadoras por natureza (Gn 1.26-28; Sl 51.5; Rm 3.23). Desde o nascimento, todas as pessoas são alienadas de Deus, hostis contra Deus e sujeitas à ira de Deus (Ef 2.1-3).

Quando você apresenta o evangelho para alguém, você apresenta este retrato bíblico da natureza e responsabilidade humana?

Cristo. Jesus Cristo, que é completamente Deus e completamente homem, viveu uma vida sem pecado, morreu na cruz para aceitar em si a ira de Deus no lugar de todos aqueles que creriam nEle e ressuscitou da morte a fim de dar a Seu povo a vida eterna (Jo 1.1; 1 Tm 2.5; Hb 7.26; Rm 3.21-26; 2 Co 5.21; 1 Co 15.20-22).

Quando você apresenta o evangelho para alguém, você apresenta Cristo como a Bíblia o revela?

Resposta. Deus chama a todos em todos os lugares para se arrependerem dos pecados e crerem em Cristo para serem salvos (Mc 1.15; At 20.21; rm 10.9-10).

Estas boas novas tem impactado a sua vida? Como a mensagem do evangelho transborda da sua vida para a vida dos outros? Que resposta você está pedindo destas pessoas?

Voltando à discussão dos principais elementos da mensagem de 2 Co 5.19-21: este trecho lida com todos os quatro elementos sugeridos pelo Mark Dever? Onde se encontram?

Mentes Ocupadas

Nossa leitura bíblica desta semana:

Dia 1

Mateus 27.11-61

Dia 2

Marcos 15.1-47

Dia 3

Lucas 22.63-70; 23.1-49

Dia 4

João 18.28-40; 19.1-42

Dia 5

2 Coríntios 5.1-10

Dia 6

2 Coríntios 5.11-21

Dia 7

Romanos 4.1-25 (esp. 18-25)

Jesus, o Pão da Vida (5): As Palavras de Vida Eterna

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João 6.52-71

Ouvidos Atentos

Neste domingo terminamos a nossa minissérie do pão da vida (João 6) examinando as reações daqueles que ouviram quando Jesus se declarou o pão da vida. O texto relata a reação de três grupos:

Primeiro, foram os judeus—o termo usado pelo Evangelista para falar dos líderes religiosos (fariseus, saduceus, escribas e peritos da lei). Além de atacar a declaração de deidade de Cristo (vv. 41, 42), também questionaram a Sua mensagem: “Como pode este homem nos oferecer a sua carne para comermos?” (v. 52). Tentavam desacreditar Suas propostas, fazendo-as ridículas pelo apelo à literalidade: “esse cara quer que a gente coma sua carne?” A resposta de Jesus nem tentou responder à sua ignorância, pois Ele declarou para eles com todas as letras que era necessário comer da Sua carne e beber do Seu sangue para ter vida eterna, garantir a ressurreição, permanecer nEle e ter união com o Pai.

Em segundo lugar, sua resposta escandalizou os Seus discípulos, que falavam entre si: “Dura é essa palavra. Quem consegue ouvi-la?” (v. 60). A resposta de Jesus para eles finalmente esclareceu: “comer Sua carne” e “beber Seu sangue” é um exercício espiritual; ou seja significa crer nEle. E embora seja responsabilidade de cada um crer nEle para a vida eterna, Ele novamente lembra que é Deus o responsável pela salvação: “É por isso que eu lhes disse que ninguém pode vir a mim, a não ser que isto lhe seja dado pelo Pai” (v. 65). Com isso fechamos os colchetes do discurso, pois a princípio muitos vieram atrás de Cristo (vv. 22-30), mas agora muitos deles pararam de segui-lO, e foram embora.

Finalmente, Jesus virou para os Doze e perguntou se eles não queriam ir embora também. A resposta de Pedro é importantíssima para entender a atitude correta do seguidor de Cristo: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus” (vv. 68-69).

Corações Abertos

É importante que entendamos claramente o que Jesus estava falando quando falou de comer Sua carne e beber o Seu sangue. Normalmente, o significado de um texto é determinado por seu sentido literal. Mas em casos como esse, onde é óbvio que Jesus não foi literalmente consumido por Seus discípulos, temos outra dinâmica acontecendo. Jesus mesmo explicou esta dinâmica espiritual quando falou, “O Espírito dá vida; a carne não produz nada que se aproveite. As palavras que eu lhes disse são espírito e vida” (v. 63).

Ou seja, Jesus não estava declarando que pessoas precisavam, literalmente, comer a sua carne e beber o seu sangue. Portanto a frase, “A carne não produz nada que se aproveite” (v. 62).

Jesus também não estava dizendo que os Seus seguidores deveriam ser “canibais rituais” ao comer e beber, simbolicamente a carne e o sangue dEle. A ceia que nós celebramos tem uma função memorial. Os elementos lembram o corpo e o sangue de Cristo, não se transformam neles. A nossa salvação, nem a permanência dela, dependem da ceia.

Você conhece alguém que acha necessário “comer a carne” e “beber o sangue” de Cristo desta forma? Você acha que consegue dar uma resposta se alguém assim usar esse texto para defender a sua prática?

Por outro lado, Jesus estava, de fato, falando sobre crer nEle. Ele é o pão da vida. Crer nesta mensagem era recebê-lO como alimento. A vida eterna é dada a quem comer do pão da vida (crer nAquele que foi enviado pelo Pai).

Jesus declarou várias vezes, e claramente, que a vida eterna vem àquele que crê nEle. Quando falou que consumir o pão da vida traz a vida, Ele estava igualando o comer do pão com o crer no Filho.

Este ensinamento é difícil para você? Será que se você estivesse presente naquele dia, você entenderia o que Ele estava dizendo? Você entende como ter toda a palavra de Deus nos ajuda a entender até declarações difíceis como esta?

Mãos Estendidas

Por que pessoas ainda não aceitam a Cristo?

Vimos no texto que pessoas religiosas não aceitam porque:

Não creem na Sua identidade ou não creem na Sua mensagem.

Você conhece alguém assim? Como você pode evangelizar esta pessoa? Que passos práticos vocês pode tomar para ajudar alguém assim a ver e crer no Filho de Deus?

Aprendemos que os falsos discípulos não aceitam porque:

Em algum ponto Ele não oferece aquilo que eles querem para segui-lO ou em algum ponto a Sua mensagem vai além do que podem aceitar.

Você conhece alguém assim? O ensino bíblico que “ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair” (Jo 6.44) significa que devemos desistir de alguém que “abandonou sua fé”? Que passos práticos vocês pode tomar para ajudar alguém assim a ver e crer verdadeiramente no Filho de Deus?

Os verdadeiros discípulos aceitam porque:

Estão desesperados: não veem outra solução possível, e creem que Ele é o único que tem a mensagem que dá vida eterna. Eles ouvem a mensagem, creem, e portanto sabem.

Você é assim? Você entende que as únicas respostas para a “vida e santidade” (2 Pe 1.3) estão nas palavras da vida eterna que Cristo oferece? Isto está permeando todas as áreas da sua vida? Como isso tem se manifestado no seu testemunho para aqueles que não conhecem a Cristo ainda?

Bônus. Leia Mateus 13.10-17 e responda: o que Jesus ensinou aos Seus discípulos a respeito das parábolas que nos ajuda a entender por que Ele faria declarações tão literais que precisavam ser interpretadas espiritualmente?

Mentes Ocupadas

Nossa leitura bíblica desta semana:

Dia 1

João 6.1-15

Dia 2

João 6.16-21

Dia 3

João 6.22-30

Dia 4

João 6.31-51

Dia 5

João 6.52-71

Dia 6

Deuteronômio 8.1-6

Dia 7

Mateus 13.10-17

Jesus, o Pão da Vida (4): A Vontade de Deus Pai

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João 6.36-44

Ouvidos Atentos

Como sabem, estamos fazendo uma minissérie sobre o discurso do pão da vida, registrado no capítulo 6 do evangelho de João. No domingo passado observamos que o discurso começa com uma multidão quase perseguindo Jesus atrás de milagres e de alimento, e termina com a maioria desta multidão abandonando Jesus. Entre estes dois eventos, temos registrado o discurso de Cristo, que é organizado na estrutura literária chamada quiasmo, uma forma de paralelismo invertido. Neste domingo estudamos as propostas centrais da estrutura, que levaram a liderança religiosa (“os judeus” no evangelho de João) a questionarem a autoridade de Jesus por meio da sua paternidade. Examinaremos esta reação e as reações das outras pessoas presentes no próximo domingo.

Podemos resumir o ensino da passagem que estudamos em duas partes: a dinâmica que Jesus afirma sobre ver o Filho e crer nEle, e a explicação de Jesus sobre o relacionamento entre Deus Pai, Deus Filho e os homens a quem Jesus foi enviado. Estudamos as afirmações dentro da estrutura do quiasmo, mas também organizamos as propostas num esboço mais ocidental, para ajudar o nosso entendimento: Jesus declarou que veio do céu não para fazer a sua vontade, mas a vontade do Pai. A vontade de Deus Pai é que o Filho não perca nenhuma das pessoas que o Pai lhe deu, e que todo aquele que olhar para o Filho e crer nEle tenha a vida eterna, e Ele o ressuscitará no último dia. Portanto Jesus afirma claramente: Deus Pai  certas pessoas ao Filho; estas pessoas vêm ao Filho e nunca serão rejeitadas. Porém, é impossível vir ao Filho sem ser atraído pelo Pai.

Portanto, todo aquele que crê tem duas qualidades:

  1. foi dado ao Filho,
  2. e é atraído pelo Pai para vir a Ele e crer nEle.

Jesus, Deus Filho, dá duas promessas (garantias) a estas pessoas:

  1. Ele lhes dá a vida eterna,
  2. e os ressuscitará no último dia.

Corações Abertos

Entendo que existem algumas declarações controversas nesta mensagem de Jesus. Os judeus e a multidão também acharam, talvez por motivos diferentes dos nossos. Leia e discuta com o seu grupo as seguintes perguntas da mensagem referentes à soberania de Deus na salvação versus a responsabilidade do ser humano.

Se Deus atrai quem Ele dá ao Filho (soberania), por que ainda somos culpados se nós rejeitarmos o Filho (responsabilidade)?

A Bíblia diz que somos responsáveis por nossas decisões referentes a Ele e o Seu Filho? (Sim ou não)

Leia João 3.16-21. Jesus diz que as pessoas estão condenadas por quê?

Leia Romanos 1.16-25. Qual o termo usado para descrever as pessoas que rejeitam a revelação geral a respeito de Deus na criação (v. 20)?

Estudamos em João 3 que a salvação é inteiramente uma obra soberana de Deus. Agora em João 6 vemos que Deus não só dá certas pessoas para Cristo, mas as atrai. Estas ações soberanas contrariam a responsabilidade individual do ser humano que lemos nos textos de João 3.16-21 e Rm 1.16-25? (Sim ou não) Por quê, ou por que não?

Se Deus atrai as pessoas (ato soberano), por que devemos evangelizar (responsabilidade humana)?

Qual é o mandamento de Mateus 28.19-20? O mandamento tem alguma restrição em relação a quem deve ser evangelizado?

Eu tenho algum jeito de reconhecer quem o Pai está atraindo e quem Ele talvez não esteja?

Leia Tiago 2.1-4. Eu posso escolher quem é merecedor do evangelho?

Se Deus ordena que faça, eu tenho que entender completamente como funciona? Por quê, ou por que não?

Mãos Estendidas

Vamos colocar em prática aquilo que aprendemos esta semana.

Por que Deus não explica melhor como a Sua soberania e minha responsabilidade podem coexistir? Já falamos de Dt. 29.29; vale a pena ver de novo: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, ao nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras desta lei”. Ou seja, como Ele falou para Israel quando estava reiterando a Lei em Deuteronômio, existem coisas que Ele sabe que não revelou para nós. Se não revelou é porque pertence a Ele. Nossa responsabilidade é acreditar e agir de acordo com o que foi revelado, não de descobrir o que está encoberto.

Qual é a sua responsabilidade diante do Deus soberano?

Fé. Quem crê no Filho, tem a vida eterna. Crê nisso?

Compartilhar com o mundo as boas novas da salvação em Cristo Jesus. Determine: esta semana, eu vou compartilhar as boas novas do evangelho com ___________________________. Comece a orar que Deus lhe dê oportunidades para compartilhar o evangelho com esta pessoa.

A soberania de Deus às vezes nos assusta (e deve! O temor do Senhor é o início da sabedoria, Pv 1.7); mas também deve ser um grande conforto, pois implica uma garantia absoluta:

Eu, ________________________, sou responsável pela minha fé em Deus.

Eu, ________________________, não sou autor da minha salvação.

Eu, ________________________, não garanto a minha própria salvação.

Se eu, ________________________, creio em Cristo, sei que fui dado ao Filho, atraído pelo Pai, e tenho a vida eterna, e serei ressuscitado no último dia. Agora vou levar esta mensagem para _______________________.

Mentes Ocupadas

Nossa leitura bíblica desta semana:

Dia 1

João 6.31-51

Dia 2

João 6.36; 45-47

Dia 3

João 6.37-40; 44

Dia 4

João 6.41-43

Dia 5

João 3.1-21

Dia 6

Romanos 1.1-32

Dia 7

Salmo 78
(leia pensando sobre João 6)

Jesus, o Pão da Vida (3): O Pão que Desceu do Céu

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João 6.22-30

Ouvidos Atentos

Neste domingo continuamos o nosso estudo do discurso do pão da vida no capítulo 6 de João. Convém lembrar que neste capítulo João relata a multiplicação dos pães e dos peixes e o quando Jesus anda sobre as águas para servir de ponte para este discurso. Na multiplicação, tinha uma multidão que procurava Jesus porque Ele estava fazendo milagres (6.2); estes receberam alimento, e por isso continuavam O seguindo, mesmo quando Ele atravessou o mar para Cafarnaum (6.26).

Estaremos examinando o discurso em pelo menos três partes, pois ele é organizado de uma forma bem interessante. O texto começa nos vv. 22-30, com uma multidão que está à busca de Jesus, e termina na passagem dos vv. 52-71, onde a maioria desta multidão, escandalizada pelo ensino de Cristo, abandona Jesus. No meio destes dois trechos, temos a primeira de sete declarações “Eu sou…” (ego eimi) de Jesus. Diferente de outros textos onde Jesus usa a frase “eu sou”, estas sete declarações são metáforas pelas quais Jesus está declarando Sua deidade, e revelando algum aspecto do Seu caráter e o Seu relacionamento com a humanidade. Neste caso, Ele declara “Eu sou o pão da vida” (vv. 35, 48), e então explica as implicações desta declaração.

O seu discurso (vv. 31-51) é organizado num quiasmo, uma estrutura literária muito conhecida no mundo antigo (como vimos no capítulo 5). Ao longo destes estudos, examinaremos seis conceitos principais organizados em volta de uma crítica central sobre a autenticidade das afirmações de Jesus.

Neste domingo examinamos os eventos que levaram as pessoas a procurarem Jesus, e o começo do Seu discurso do pão da vida, que gira em torno do milagre do maná que Deus deu ao povo de Israel durante o seu tempo vagando pelo deserto. Veremos as afirmações centrais desta parte do discurso na próxima seção.

Corações Abertos

O estudo de quiasmos não é para todos. O conceito em si é simples, mas quando estudamos trechos como este com uma estrutura mais complexa, pode parecer muito estranho para o nosso jeito ocidental de pensar. Por isso, vamos resumir as afirmações dos pontos A (vv. 31-34; 50-51) e B (vv. 35; 48-49) do quiasmo que vimos no domingo, para fazer a aplicação espiritual.

A vv. 31-32a: Os nossos antepassados comeram o maná no deserto; como está escrito: ‘Ele lhes deu a comer pão do céu’”. Declarou-lhes Jesus: “Digo-lhes a verdade: Não foi Moisés quem lhes deu pão do céu,

A1 vv. 32b-34: mas é meu Pai quem lhes dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desceu do céu e dá vida ao mundo”. Disseram eles: “Senhor, dá-nos sempre desse pão!”

B v. 35a: Então Jesus declarou: “Eu sou o pão da vida.

B1 v. 35b: Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede

[O quiasmo completo vai até o ponto F, o centro X, e inverte até voltar para o B’ abaixo.]

B’ v. 48: Eu sou o pão da vida.

B1’ v. 49: Os seus antepassados comeram o maná no deserto, mas morreram.

[O texto que corresponde ao A e o A1 acima é organizado em outro quiasmo curto, que também inclui elementos do ponto B.]

A’ (a) v. 50a:  Todavia, aqui está o pão que desce do céu,

A’ (b) v. 50b: para que não morra quem dele comer.

A1’ (x) v. 51a: Eu sou o pão vivo que desceu do céu.

A1′ (b’) v. 51b: Se alguém comer deste pãoviverá para sempre.

A1′ (a’) v. 51c: Este pão é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo”.

Maná, o pão do céu

O povo, querendo que Jesus fizesse algum milagre, falou do maná, o pão o céu que receberam por quarenta anos no deserto (Ex 16). Este pão era alimento físico, e que literalmente descia do céu (aquele que vemos quando olhamos para cima) com o orvalho. Jesus afirmou duas coisas importantes sobre o maná: 1) foi dádiva de Deus, não algum produto de esforço humano (Moisés); 2) o pão tinha efeito temporário, e todos que comeram morreram.

Jesus, o pão da vida, o verdadeiro pão do céu

Jesus estava declarando um verdade nova. Se juntarmos as qualidades que Ele afirma: Ele é o verdadeiro pão do céu (vv. 32-33; 50-51), pão que tem vida em si mesmo (pão vivo, v. 51) e que dá vida para as pessoas (pão da vida, vv. 35, 48). Jesus é semelhante ao maná, pois é dado por Deus Pai, mas o céu de onde vem é a habitação de Deus, não o céu que vemos com os olhos. Ele é semelhante ao maná, pois é alimento, mas é diferente no sentido que é alimento espiritual, e dá vida eterna.

Qual o seu interesse em Jesus? A multidão O procurava porque Ele curava ou alimentava; eles estavam atrás daquilo que Jesus podia oferecer em termos de coisas materiais e temporárias. Por que você procura Jesus? O que você quer dEle? Está buscando o maná: algo imediato, mas que não dura? Ou você segue a Jesus porque Ele é o pão da vida: vida eterna, oferecida por Deus e aceita pela fé, que dura por toda eternidade?

Mãos Estendidas

Vamos colocar em prática aquilo que aprendemos esta semana.

Você acha que as multidões mudaram desde a época de Cristo? Considere: o que é mais comum, pessoas não salvas que vêm à porta da IBABI em busca de alimento ou ajuda financeira, ou pessoas não salvas procurando soluções espirituais da Bíblia para os seus problemas? “Ah, mas assim tá fácil, né? Não conhecem a Cristo; claro que vão querer algo material!” De fato, a maioria de pessoas não salvas buscam coisas materiais.

Mas e pessoas salvas? Estas pessoas geralmente vêm para os cultos e entendem que buscam algo espiritual. Mas considere: se eu estiver atrás de uma solução espiritual simples, que “quebre o galho”, uma solução imediata—ou pelo menos rápida—será que estou procurando Jesus, o pão da vida? Ou será que estou procurando um pãozinho do momento para resolver o meu problema?

Entenda: Deus às vezes providencia soluções simples para alguns problemas. Dinheiro na hora certa. Saúde onde a medicina não tem explicação. Trabalho para quem procura. Maná no deserto. Mas até mesmo as soluções rápidas existem para nos apontar para o Deus que providencia um alimento espiritual duradouro e eterno: Jesus Cristo.

Como esta declaração—Eu sou o pão da vida—com todas as suas implicações, vai transformar a sua vida esta semana?

Que problemas ou desafios você ou alguém conhecido está enfrentando? Deus está providenciando alguma solução simples? Se não, quais mandamentos ou princípios bíblicos se aplicam à sua situação para conviver com este desafio até que a solução divina se apresente?

Mentes Ocupadas

Nossa leitura bíblica desta semana:

Dia 1

João 6.22-30

Dia 2

João 6.31-34; 50-51

Dia 3

João 6.35; 48-49

Dia 4

Êxodo 16

Dia 5

Números 11

Dia 6

Neemias 9

Dia 7

João 6.31-51

Jesus, o Pão da Vida (2): Jesus Anda Sobre as Águas

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João 6.16-21

Ouvidos Atentos

Neste domingo ouvimos a segunda mensagem do capítulo 6 de João, onde estamos estudando o discurso do pão da vida. No evangelho de João, o relato de Jesus andando sobre as águas é mais abreviada do que as versões de Mateus (14.22-33) e Marcos (6.45-52). Mesmo que seja um dos sinais miraculosos que comprovam a deidade de Cristo, no seu evangelho João não descreve muito do evento, pois está usando como ponte entre o milagre da multiplicação dos pães e o discurso do pão da vida. Mas vimos que, embora mais curto, o trecho não falta em riqueza. Continuar lendo

Jesus, o Pão da Vida (1): O Milagre da Multiplicação dos Pães e dos Peixes

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João 6.1-15

Ouvidos Atentos

Neste domingo começamos uma minissérie dentro da série Podes Crer, pois ao longo dos próximos domingos estaremos estudando o discurso do Pão da Vida, do capítulo 6 de João. Vimos que o capítulo acontece em três momentos: a história da multiplicação dos pães e dos peixes (vv. 1-15), a história da tempestade onde Jesus anda sobre as águas (vv. 16-21), e o próprio discurso do Pão da Vida, que relata a reação dos “judeus”, dos seguidores em geral e dos Doze (vv. 22-71). Continuar lendo