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João 1.14-18
Ouvidos Atentos
O apóstolo João chega ao final de seu prólogo com uma declaração surpreendente: o logos, aquele que ele afirmou ser o próprio Deus Criador, “se fez carne e habitou entre nós” (v. 14). Deus, que nunca foi visto pelos homens, agora se revela na forma mais pessoal e relacionável que poderíamos imaginar: Ele se faz um de nós. Neste estudo examinaremos as qualidades desta maior e derradeira revelação de Deus na pessoa do Filho, Jesus Cristo, pela lente de três perspectivas ressaltadas no evangelho de João: a natureza, a autenticidade e a plenitude.
Considere a natureza desta revelação. É uma revelação singular, pois não há outro igual a Cristo. Ele é diferente da “palavra falada”, na qual Deus simplesmente falou e fez toda a criação que, por sua vez, declara Sua grandeza (Gn 1; Sl 19.1). Ele é diferente da “palavra Escrita”, da autorrevelação de Deus na Bíblia, que nos ensina, nos repreende, nos corrige e nos instrui em justiça (2 Tm 3.16, 17). Ele é a “Palavra encarnada”, o “unigênito” (singular, ímpar) de Deus. Sua revelação é pessoal, pois ao fazer-se carne, Ele veio ao mundo como alguém que podíamos ver e tocar (1 Jo 1.1-3), o nosso exemplo de servo obediente e abnegado (Fp 2.5-8). Ele, o próprio Deus Filho, passou por todo o processo de ser humano, da concepção até a morte, “mas sem pecado” (Hb 4.15). Mas a revelação de Deus em Cristo também é gloriosa, pois mesmo humano, Ele nos revela a glória de Deus. João nos lembra de Moisés, que nos deu a Lei, e remete àquele momento que seu rosto brilhou só de ver passar o final da glória de Deus (Ex 33, 34). Jesus, que nos dá graça abundante e verdade, é a luz que revela a glória (resplendor) do próprio Deus aos homens (v. 18).
João também demonstra a autenticidade da revelação ao mencionar mais uma vez como João o Batista foi testemunha da proeminência e preexistência de Cristo (v. 15). Ele também afirma a plenitude desta revelação (vv. 14, 16). A frase “cheio de graça e de verdade” (v. 14) aponta para o momento marcante em que Deus declarou-se diante de Israel, afirmando ser “grande em misericórdia [graça] e fidelidade [verdade]” (Ex 34.6). O prólogo do evangelho não deixa dúvida: João está afirmando que o logos, a luz verdadeira, o Deus Criador, revelou-se e habitou entre nós: Ele é Jesus Cristo, Deus Filho.
Corações Abertos
No texto de João 1.14-18, nós podemos ver o desfecho de tudo que João estabelece na sua introdução ao evangelho. Como o Deus Criador, todo-poderoso, consegue se revelar aos homens de tal forma que nós podemos compreendê-lo? Que interface o Deus Todo-poderoso poderia tomar para que nós meros usuários tivéssemos alguma noção da grandeza e majestade mas ainda conseguiríamos interagir e nos relacionar a Ele? A resposta é Jesus Cristo, o logos que se fez carne.
Ninguém jamais viu Deus; o Deus unigênito, que está junto do Pai, é quem o revelou. (Jo 1:18)
Jesus é singular porque não há outro igual a Ele. No mundo atual, todo e qualquer caminho é válido; mas não é isso que a Bíblia ensina. A salvação está somente em Jesus: “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está no seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1 João 5.11, 12). Você crê verdadeiramente nele? Está ajudando outros a enxergar isto e crer nele?
Jesus é pessoal porque Ele não tomou uma forma temporária, mas tomou para si, eternamente, a pessoalidade e identidade de Jesus. Talvez a importância de ter um Deus pessoal não fique tão clara, mas o autor de Hebreus nos explica uma grande vantagem: “Porque não temos sumo sacerdote que não possa se compadecer das nossas fraquezas; pelo contrário, ele foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado”(Hb 4.15, cf. também 2.17, 18). Não foi apenas para nós entendermos a Deus, mas para termos um Deus que passou por tudo que nós passamos. A vida está difícil? Clame a Jesus, Ele já passou por aqui.
Jesus é glorioso porque Ele, a luz do mundo, resplandece com a glória de Deus—podemos “ver” (por meio das Escrituras) a própria presença de Deus. Nós existimos para glorificar a Deus, ou seja, para engrandecer (fazer famoso, fazer brilhar) o nome de Deus. Como a humildade e forma humana de Jesus fazem isto? Como nós, em nossa pequenez, podemos refletir a glória de Deus? Temos as respostas no exemplo de Jesus.
Mãos Estendidas
Ao encerrar o estudo do Prólogo de João (1.1-18), é importante lembrar que é apenas um bloco na construção do propósito do evangelho. João quer levar seu leitor à fé em Jesus como Cristo, o Filho de Deus, pois crendo, o leitor terá vida em Seu nome (Jo 20.30, 31). Para iniciar a jornada, ele estabelece que Deus veio habitar entre nós. O bloco inicial da nossa fé é a revelação do próprio Deus na pessoa de Cristo (ou seja, a deidade de Cristo).
Essa verdade é inegociável. Na sua primeira carta, João deixa bem claro que o próprio Pai testifica do Filho: “Aquele que crê no Filho de Deus tem, nele, esse testemunho. Aquele que não dá crédito a Deus faz de Deus um mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus dá a respeito do seu Filho” (1 Jo 5.10).
Que faremos, então? A Palavra de Deus afirma que a fé salvadora é fé na pessoa de Jesus, a ela também afirma que Jesus é mais do que uma pessoa, Ele é a segunda pessoa da trindade, Deus Filho.
João deixa a resposta clara: rejeição (e subsequente morte) ou recepção (e vida) (1.11, 12). No meu ver, isso leva a duas perguntas (a segunda depende da primeira resposta):
Você já colocou a sua fé em Jesus Cristo, da forma que Ele é apresentado nas Escrituras? Não falo de um Jesus entre muitos, nem uma revelação entre muitas (Ele é singular), mas Jesus como Ele se revela por meio de Sua Palavra.
Se até agora você O rejeitou, o que está te impedindo de aceitá-lo? Talvez tenha aceitado os falsos “cristos” oferecidos pelo mundo. Leia o Evangelho de João. Descubra Jesus como Ele é. Conheça o Filho de Deus e peça a Deus que abra seus olhos para a verdadeira luz.
Você que já colocou sua fé em Jesus Cristo: o que você está fazendo para que outros também O conheçam e coloquem sua fé nele? Moisés só viu o final da glória de Deus passar e seu rosto brilhou a tal ponto que ele o cobriu com um véu. O que impede o nosso rosto de resplandecer com a glória da graça e da verdade de Cristo que nós conhecemos?
Mentes Ocupadas
Nossa leitura bíblica desta semana:
Dia 1
João 1.1-18
Dia 2
Êxodo 33.12-23
Dia 3
Êxodo 34.5-7; 27-35
Dia 4
Filipenses 2.1-11
Dia 5
Salmo 19
Dia 6
Hebreus 2.9-18
Dia 7
Colossenses 1.15-20
