As Últimas Palavras do Mestre (Ec 12.9-14)

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ouvidos-atentos

O que você diria se soubesse que seriam as suas últimas palavras? Nesse guia (e nos próximos dois) examinaremos as últimas palavras (pelo menos as últimas registradas) de três homens da Bíblia para ver que lições eles deixaram para o seu público-alvo e as gerações seguintes.

O livro de Eclesiastes começa e termina com as palavras de um redator anônimo que organizou as palavras do “Mestre, filho de Davi, rei em Jerusalém” (1.1). O livro em si é escrito com uma perspectiva bem humana; até parece contradizer outros ensinamentos bíblicos. Mas o intuito é demonstrar a busca do Mestre por sabedoria e significado por meio de diversas atividades humanas. Sua conclusão é um tanto deprimente: ele abre e fecha o seu discurso com as palavras, “É muito sem sentido; tudo é sem sentido” (1.2; 12.8; há diversas maneiras de traduzir a palavra hebraica hevel; seu significado básico seria algo como “frustrantemente enigmático”).

As “últimas palavras” deste livro (12.9-14) são a conclusão do redator acerca dos ensinamentos e da sabedoria do Mestre. Nos vv. 9, 10, ele descreve a obra e o propósito do Mestre, de escutar, examinar, colecionar e elaborar ditos sábios e provérbios. É importante entender que mais do que colecionar ditados populares, ele procurava palavras de retidão e verdade, que partissem do princípio da sabedoria, o temor de Deus (Pv 1.1-7). Em seguida, o autor explica o efeito que as palavras sábias devem ter nos seus leitores: são como os aguilhões que direcionam gado. Machucam, mas apontam no caminho certo pois são a ação de Deus, o único Pastor. No v. 12 o autor adverte os jovens do perigo de buscar muito conhecimento que não provém de Deus. O mundo tem muito a oferecer, mas nada que acrescente à revelação divina.

A exortação final (vv. 13, 14) é essencial para o entendimento de todo o texto de Eclesiastes. Afinal, sem essa perspectiva, muitos dos ensinamentos poderiam parecer até humanistas. Mas todo o processo de adquirir sabedoria o levou a uma conclusão: devemos temer a Deus e guardar os seus mandamentos. No fim de tudo, mesmo presos ao tempo e destinados à morte, o nosso último Juiz é Deus; a Ele prestaremos contas.

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Vivemos num tempo de celebridade instantânea por meio das mídias sociais. Qualquer um pode se tornar  mundialmente famoso—influente ou infame—em segundos. Há muita informação na palma de nossa mão, mas pouca sabedoria. Se o Mestre achou tudo sem sentido no seu dia, que pensaria do nosso? Vamos considerar os princípios e as verdades das últimas palavras de Ec 12.9-14

Você procura agradar-se com o conhecimento que reflete a retidão e a verdade?  Considere o conhecimento que você procura pelo entretenimento, ou seja, pelo prazer que você tem ao buscá-lo (ex.: livros, mídias e etc). Esse conhecimento reflete a verdade de Deus? Encoraja você a ser mais como Cristo? Considere também o conhecimento que não lhe é agradável, mas que você busca porque sabe que terá proveito (ex.: educação, treinamento para seu trabalho, etc.). Meça pela mesma régua: essa busca o aproxima de Deus e do Seu reino? Leia Sl 1.1, 2. Como você pode mudar as suas buscas pelo conhecimento para procurar menos os conselhos dos ímpios e deleitar-se mais na Palavra de Deus?

Você reconhece o cuidado do único Pastor, mesmo quando machuca? Deus nos criou com a capacidade de experimentar prazer, mas deixa claro em Sua Palavra que a nossa felicidade não é a finalidade da nossa existência. Você já enxergou a Palavra de Deus como aguilhão (uma vara de ferro feita para direcionar gado por meio de espetadas)? Como você reage ao direcionamento que machuca? Lembra que isso vem do Bom Pastor que procura o seu bem?

Você recorda e reconhece que a revelação de Deus é suficiente? Será que existe algum conhecimento, mesmo nessa era de informação, que podemos levar para Deus e declarar, “sem isso não posso viver uma vida que glorifica ao Senhor”? Tudo que precisamos para vida e piedade (2 Pe 1.3) e para toda boa obra (2 Tm 3.16, 17), Ele já nos revelou, em Cristo e em Sua Palavra.

Você teme a Deus e guarda Seus mandamentos, lembrando que a prestação de contas final é para Deus? Há duas situações que revelam a verdadeira essência do nosso coração: quando não temos tempo para pensar antes de reagir e quando achamos que ninguém mais nos vê. Quem é você nesses momentos? Suas respostas automáticas refletem o caráter de Deus? Seus pensamentos e comportamentos ocultos revelam um coração que acredita que Deus vê e julga tudo?

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A Bíblia não é uma enciclopédia, muito menos o Google. Deus não organizou a Sua autorrevelação em uma série de artigos, com links para outros textos semelhantes. Ele inspirou uma coletânea de narrativas, documentos legais, poesias, profecias, músicas, parábolas e mais. Ele fez com que homens registrassem a Sua história entretecida com histórias humanas, para que pudéssemos O ver interagindo com a Sua criação e Suas criaturas. Ter conhecimento dessa revelação é um esforço que vale a pena fazer acima de qualquer outro esforço, pois promete trazer riqueza e sentido a todo trabalho que fazemos “sob o sol” (frase que aparece muito em Eclesiastes).

Considere as atividades de um dia “normal”. Faça uma lista básica das suas atividades normais no dia a dia, deixando um espaço em branco embaixo de cada item. Ex.: “eu acordo e tomo café, levo as crianças na escola, vou para o trabalho, etc.”

Considere as suas interações com diversas formas de conhecimento. No espaço abaixo de cada item considere e aliste o conhecimento que você adquire durante aquele tempo. Você liga a televisão ou o rádio? Que programas você assiste? Que mídias você acessa e que informações obtém delas? Com quem você fala e que informações são passadas? Que livros ou literatura (digital ou impressa) você lê? Enfim, com que conhecimento você tem contato—intencional ou não—no decorrer de um dia normal? Ao lado de cada atividade, anote mais ou menos quanto tempo você gasta para fazê-la.

Avaliação. Quanto desse conhecimento tem base na sabedoria proveniente da Palavra de Deus? Os programas de televisão, rádio ou internet são ensinamentos diretos da Bíblia, ou pelo menos informados pela Palavra? As conversas que você tem abordam ensinamentos bíblicos diretos? São informados biblicamente? Seguem parâmetros bíblicos de comunicação edificante, transparente, graciosa, humilde, mansa e assim por diante? Você lê a Bíblia para entendê-la melhor como um todo? Lê livros que ajudam no seu conhecimento da Palavra de Deus? Procura aprimorar-se intelectualmente para melhor entender a revelação de Deus?

Se ao fazer esse exercício você enxerga que seu dia não é baseado em, nem direcionado para, a busca de sabedoria de Deus, a resposta correta não é sentir culpa ou remorso, mas sentir tristeza segundo Deus que leva ao arrependimento (2 Co 7.10). Agora que você entende sua situação, estabeleça metas para reestruturar os afazeres do seu dia a dia em volta da Palavra de Deus. Afinal, temer a Deus e guardar Seus mandamentos é  essencial para o ser humano (Ec 12.13, 14).

mentes-ocupadas

Dia 1

Eclesiastes 12.9-14

Dia 2

Provérbios 1.1-7

Dia 3

Salmo 119.105

Dia 4

Salmo 1

Dia 5

Jó 28.1-28

Dia 6

Salmo 119.9-16

Dia 7

Isaías 55.6-11

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