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O livro de Atos nos conta a história dos primeiros passos da igreja. Sendo assim, nos oferece uma perspectiva ímpar de como a igreja primitiva lidou com vários aspectos da vida comunitária daqueles que confessavam Cristo e viviam na igreja. Em Atos 6, enfrentaram o primeiro desafio relacionado à prática do ministério na comunidade. A maneira como foi resolvida pela liderança e a comunidade é muito esclarecedora até para o nosso contexto no século XXI.
Os vv. 1-2 descrevem uma situação ministerial com um pano de fundo cultural. Haviam dois grupos de judeus na igreja, aqueles que falavam aramaico e aqueles que já haviam adotado a língua dos gregos. Entre aqueles de fala grega, haviam viúvas que não estavam recebendo alimento na distribuição diária que a igreja fazia. Esse problema foi levado à liderança dos apóstolos, que por sua vez reuniram a igreja toda para tratar da questão. Surpreendentemente, os Doze não descreveram um plano onde eles cuidariam da distribuição; de fato, reforçaram a importância de focarem no ministério da Palavra de Deus acima do ministério de servir às mesas (v. 2).
A solução que ofereceram colocou a ministração nas mãos dos membros da igreja (vv. 3-5). Instruíram a igreja a escolher “sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito e de sabedoria” (v. 3). Todos os sete tinham nomes gregos, talvez indicando que aqueles escolhidos pelos membros eram também de fala grega, para ministrar às viúvas de ambos os grupos. Os Doze reforçaram novamente a importância de eles focarem no ministério da oração e do ministério da Palavra, justamente para capacitar os membros para seu serviço (v. 4). Como diz Jamie Dunlop, autor do livro Comunidade Cativante, o trabalho da equipe ministerial “é facilitar ministério, e não fazer ministério” (p. 189). Pode parecer que essa ideia vá na contramão de tudo que pensamos sobre a igreja, mas se considerarmos textos como esse de Atos 6, especialmente à luz de Efésios 4.11-16 e outros, vemos que, de fato, o “servir às mesas” (ministério prático) é tarefa dos membros da igreja, enquanto o “ministério da Palavra” (o ensino da Bíblia que cresce e capacita) é tarefa da liderança.
O resultado dessa decisão foi crescimento na igreja (vv. 6, 7).
Vamos considerar as implicações desse texto para a nossa vida em igreja no século XXI.
Podemos ver que Atos 6.1-7 ensina como é saudável uma igreja cujos membros ministram. A solução proposta pelos Doze exigiu da igreja que seus membros tomassem uma atitude e ministrassem aos necessitados.
Qual é a sua visão do ministério da igreja?
Ao trazer a negligência das viúvas de fala grega à liderança, o Espírito ressaltou que havia uma necessidade real, mas que a solução não era a tarefa da liderança diretamente. A liderança deveria focar na Palavra para capacitar e facilitar o ministério entre a membresia. Até mesmo os sete homens (uma segunda liderança) foi escolhida para mobilizar outros para servir às mesas.
Você tem uma visão clara da diferença entre o ministério da Palavra e o ministério prático que envolve servir necessidades específicas dentro da igreja? Quem você enxerga como responsável por cada área, e por quê? Em que área você atua? Existe alguma lacuna na vida cristã onde um cristão pode ser membro sem ter ministério? Ou seja, há alguma “junta” que não tem, ou não precisa realizar, alguma função (Ef 4.16)?
Qual é a sua visão do aprendizado da Palavra de Deus?
Para dar respostas bíblicas às perguntas acima, é necessário um certo conhecimento bíblico, não é? Como você enxerga que isso acontece? A visão individualista de muitos cristãos tem levado a uma vida isolada da comunidade local: cristãos que estudam sozinhos e não ministram aos outros membros. Mas textos como Atos 6 e Efésios 4 ensinam justamente o ensino em comunidade (líderes que ensinam aos membros) a fim de produzir ministério em comunidade (membros que ministram uns aos outros). Como você está aprendendo e ministrando?
Você sabe a diferença entre membros consumidores e membros provedores (“Comunidade Cativante”, pp. 229, 230)? Como podemos reconhecer essas atitudes em nossa própria vida?
Faça uma lista numa folha em branco das áreas de ministério que não estão sendo realizadas na sua igreja. Ex.: Há alguma negligência em algum ministério ou serviço já em andamento (como em Atos 6)? Ou há algum ministério ou serviço que não existe, mas precisa existir para atender alguma necessidade?
Vemos em Atos 6 e Efésios 4 que a tarefa principal da liderança espiritual/pastoral é o ministério da Palavra para capacitar o ministério de serviço dos membros entre os membros. Portanto, escreva um “P” (de pastoral) ao lado dos ítens em sua lista que a Bíblia descreve como responsabilidade do pastor ou da liderança espiritual da igreja. Escreva um “M” (de membros) ao lado daqueles que a Bíblia descreve como responsabilidade dos membros. (Em caso de dúvida, ou onde ambos poderiam fazer, pode escrever as duas letras.)
Lembrando que a sua lista reflete lacunas onde não há ministério acontecendo, assinale as afirmações que refletem passos que você já tomou:
____ Eu já exerço um ministério dentro da igreja. Qual?
____ Eu fui à sós para os meus líderes espirituais para conversar e demonstrar a minha preocupação com essas lacunas no ministério.
____ Eu estou disposto a ouvir instrução e direção bíblica dos meus líderes espirituais a respeito de como melhor preencher essas lacunas.
____ Eu entendo que Deus talvez me conscientizou acerca dessas lacunas porque Ele pode desejar que eu sirva em alguma dessas áreas.
____ Eu estou orando por obreiros nessas áreas, para que Deus possa suprir as pessoas certas para atender a essas necessidades.
Dia 1
Atos 6.1-7
Dia 2
Efésios 4.11-16
Dia 3
Mateus 7.3-5
Dia 4
1 Coríntios 12
Dia 5
1 Coríntios 13
Dia 6
Romanos 12.1-8
Dia 7
Marcos 10.35-45




