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Com apenas dois capítulos, o livro de Ageu facilmente se esconde entre os profetas menores e acaba sendo ignorado. Mas a mensagem de Deus para o remanescente de Israel é supreendentemente relevante para cristãos do nosso contexto socioeconômico do século XXI. Ageu profetizou ao povo judeu alguns anos depois da volta do cativeiro de 70 anos na Babilônia. A mensagem para Zorobabel, o governador, Josué, o sumo sacerdote, e para o povo é que eles abandonaram a construção do templo de Deus. Depois de lançar os alicerces, a obra ficou interditada por 16 anos. Esdras registrou o problema externo que causou o atraso (Es 4), mas Ageu revela que havia um problema espiritual.
A mensagem de Ageu tem basicamente três queixas de Deus contra o povo (as más notícias):
1) Prioridades mal direcionadas resultaram em esforços infrutíferos (1.2-6). Enquanto a casa de Deus continuava destruída, os judeus construíram as suas casas. Deus ficou em segundo plano, e por isso não abençoava as obras de suas mãos.
2) Falsas esperanças levaram a expectativas frustradas (1.7-11). Ao voltar do cativeiro, o povo achava que viveria em abundância, esquecendo-se que as bênçãos de Deus estavam atreladas à obediência.
3) Impureza espiritual contaminava até as ofertas (2.10-14). Por meio de uma questão legal, Ageu revelou que a impureza espiritual estava tomando conta da vida dos judeus, poluindo até as suas ofertas aos olhos de Deus.
Diferente de muitas profecias, o povo respondeu com arrependimento e ação (1.12-15). Começaram a construir o templo novamente. Diante disso, Deus também ofereceu boas notícias:
1) Prioridades alinhadas frutificam (2.15-19). Numa afirmação marcante, Deus declarou que do momento em que eles começaram a construir, Ele começou a abençoá-los.
2) Verdadeira esperança é alicerçada nas promessas de Deus (2.1-9). Em vez de colocar a esperança no nacionalismo ou nas expectativas falsas, Deus os lembrou de Sua promessa, dada ao povo séculos antes, no Monte Sinai. Ele prometeu e sempre cumprirá: “Eu estou com vocês” (1.13; 2.4, 5).
3) Deus é quem consagra (2.20-23). A mensagem de Deus para Zorobabel é de grande esperança, pois não aponta apenas para o apoio de Deus para o governo desse homem, mas para o Reino futuro do seu Descendente, Jesus Cristo (cf. Mt 1.1-17, esp. v. 14). Se a impureza contamina, a consagração—a separação especial para o uso de Deus—é algo que Deus garante. Apesar de ser descendente de um rei que Deus rejeitou (Je 22.24)*, Deus estava demonstrando fidelidade à sua aliança com Davi por meio de Zorobabel, preparando o caminho para o Rei dos Reis.
* Dependendo da sua tradução e do texto bíblico, esse rei é chamado de Joaquim, Jeconias ou Conias.
Se pensarmos bem, a mensagem de Deus para o seu povo no tempo de Ageu poderia se aplicar facilmente à vida cristã do nosso dia. Existem muitos cristãos que tratam a vida em Cristo e na igreja com o mesmo comodismo que os judeus enxergavam a vida depois do exílio; já que têm a salvação garantida, acham possível viver da forma que bem entenderem.
Quais são as suas prioridades? Hoje nós não temos uma “casa de Deus” como eles tinham—um templo de alvenaria cuja construção está literalmente parada com pouco mais do que os alicerces. De que forma podemos colocar a nossa “casa” em primeiro lugar e deixar as prioridades de Deus em segundo plano?
Leia Mateus 6.19-34. Você já parou para avaliar o que sua agenda e o seu orçamento indicam sobre suas prioridades? Onde está o seu tesouro? Olhe para a forma que você gasta tempo e dinheiro: Deus e o Seu reino estão em primeiro lugar? Que “casa” tem prioridade?
Você tem visto seus esforços frutificando? Essa pergunta é difícil de responder, porque muitas vezes estamos tão antenados ao mundo que não avaliamos fruto pela Palavra de Deus. Que régua você está usando para medir o sucesso? Leia 1 Co 1.27. Será que Deus tem a mesma perspectiva sobre o sucesso que o mundo tem?
Em que está alicerçada a sua esperança? Deus reafirmou a Sua aliança do Monte Sinai para acalmar e encorajar o povo de Israel. Sabe por que Ele pôde usar uma promessa tão antiga? Porque Deus sempre cumpre Suas promessas! Confie na “âncora da alma, firme e segura” da promessa de Deus (Hb. 6.14-20). Convém lembrar que Deus não garante prosperidade e fartura nessa vida; mas garante as Suas promessas eternas na eternidade.
Você é consagrado para a obra de Deus? Você já pensou acerca da sua vida cristã usando os verbos ser e estar? Ninguém está cristão; ou crê e é cristão, ou não crê portanto não é. Deus não espera a santidade de apenas alguns cristãos especiais, mas de cada um que tem a esperança de ver Jesus face a face. Leia 1 Jo 3.1-6. Se sua esperança é vê-Lo, qual deve ser sua atitude e conduta?
O livro de Ageu não é um “evangelho da prosperidade” e sim uma mensagem de improdutividade: Deus não pode abençoar aqueles que não dão prioridade para Deus.
Considere as quatro áreas da vida que Deus citou quando falou ao povo sobre seus esforços infrutíferos. Não tente fazer uma matemática de “se eu fizer isso, Deus fará aquilo”, apenas considere essas áreas da sua vida pela seguinte lente: Deus está em primeiro plano? Eu estou vendo o fruto da Sua presença em minha vida?
Vocês têm plantado muito, e colhido pouco. Avalie a sua vida com relação à produtividade espiritual. João 15 nos ensina que frutificar é produto natural de permanecer em Cristo. Olhando pela lente das Escrituras, você diria que Sua vida em Cristo está dando fruto?
Vocês comem, mas não se fartam. Bebem, mas não se satisfazem. Você já considerou o que Deus tem a dizer sobre a alimentação? Não precisa correr para Levítico ou Deuteronômio para achar uma dieta; mas já considerou o propósito do alimento? Você come ou jejua para a glória de Deus? Você considera a alimentação como uma área sob a autoridade de Deus? Que repercussões isso pode ter em sua vida?
Vestem-se, mas não se aquecem. Para quem e o que você se veste? Suas roupas refletem prioridades divinas ou terrenas?
Aquele que recebe salário, recebe-o para colocá-lo numa bolsa furada. Para quem você trabalha? Para onde vão as primícias (os primeiros e melhores frutos) do seu trabalho? A “casa de Deus” recebe “do bom e do melhor”, ou daquilo que sobrou depois das outras prioridades?
É interessante considerar que Jesus pregou sobre a futilidade de correr atrás de coisas terrenas, abordando justamente aquelas áreas que Ageu menciona: celeiros cheios (Lc 12.16-21), dinheiro (Mt 6.19-24), comida e bebida (Mt 6.25-27) e roupas (Mt 6.28-30). Sua conclusão é bem semelhante àquela de Ageu: “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas” (Mt 6.33).
Dia 1
Ageu 1
Dia 2
Ageu 2
Dia 3
Mateus 6.19-34
Dia 4
Colossenses 3.1-5
Dia 5
Mateus 1.1-17
Dia 6
1 Coríntios 1.26-31
Dia 7
Lucas 12.16-21




