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JOÃO 18.12-28a
Na última mensagem da minissérie “Rei dos Réus” usamos os textos dos quatro evangelhos para construir uma visão panorâmica do processo da traição, prisão e julgamento que levaram à crucificação de Jesus. Neste domingo focamos na primeira etapa do julgamento, onde Jesus foi levado, preso e amarrado, do Getsêmani até a casa do sumo sacerdote. Nos evangelhos sinóticos, temos o relato da Sua audiência diante de Caifás, o sumo sacerdote daquele ano. No evangelho de João lemos a respeito de uma primeira audiência com Anás, sogro de Caifás, um homem de grande influência que já tinha sido sumo sacerdote. João resume em versículo a segunda audiência diante de Caifás (18.24), portanto examinamos os outros evangelhos para entender o evento todo enquanto focamos no texto de João e o seu propósito.
Ê interessante observar o contraste entre a calma segurança do depoimento de Jesus diante dos Seus acusadores e o comportamento temeroso de Pedro no pátio. Todo o julgamento de Jesus tinha apenas um alvo: “os chefes dos sacerdotes e todo o Sinédrio estavam procurando um depoimento falso contra Jesus, para que pudessem condená-lo à morte” (Mt 26.59). Por isso trouxeram falsas testemunhas para acusá-Lo, mas de fato a única acusação que podiam apresentar contra Ele era a própria descrença dos acusadores. Ele não revelou nada diante de Anás, e quando o Sinédrio finalmente o condenou ao amanhecer, foi porque Ele declarou claramente que era o Cristo, o Filho de Deus. Trocando a verdade de Deus pela mentira, concluíram que isso era blasfêmia.
Pedro, no entanto, já havia confessado fé em Jesus como Cristo (Mt 16.16), já havia expressado a suficiência de Jesus (Jo 6.68, 69) e já havia declarado que daria sua vida por Ele (Jo 13.37). Não foi por descrença que ele negou Jesus, mas por motivos mais básicos: ele estava em território inimigo, e temia por sua vida caso fosse ligado ao réu. Enquanto Jesus afirmava, “Eu Sou”, Pedro declarava, “Não sou discípulo daquele homem”.
A fraqueza de Pedro naquela noite do julgamento de Cristo pode nos ensinar várias lições espirituais importantes. É muito fácil julgar a situação ou achar que poderíamos fazer diferente. Mas convém entender a situação para enxergar que a batalha de Pedro é a batalha de todo cristão.
Convém estudar a vida de Pedro para lembrar de uma questão importante: ele era uma verdadeiro crente. Ele não negou Jesus porque não cria nEle, ou porque “perdeu” sua fé. A sua vida antes desse momento serve de exemplo para nós.
Como você responde à pergunta mais importante da nossa existência: “Quem é Jesus?” Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16). A igreja de Cristo foi estabelecida em cima desse confessor e sua confissão. E você, como responde? Sua resposta é sincera e pessoal, ou simplesmente a repetição da resposta “certa” que ouviu de outros? Ninguém chegará a Deus pela confissão alheia.
Qual é a sua atitude em relação à suficiência de Cristo? Quando Jesus perguntou se os doze não o abandonariam também, Simão Pedro lhe respondeu: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus” (Jo 6.68, 69). Jesus tem essa posição exclusiva em sua vida, de ser a única fonte da verdade? Se encontramos “verdade” em outras coisas ou pessoas, Jesus não é realmente suficiente para nós.
Você está disposto a entregar sua vida por Jesus e Seu evangelho? Pedro perguntou: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Darei a minha vida por ti!” (Jo 13.37). Sim, Pedro negou Jesus num momento de fraqueza, mas depois cumpriu essa promessa. Viveu, foi perseguido e morreu pelo evangelho. Você tem a atitude das primeiras testemunhas (mártires) do primeiro século, para quem o reino de Deus era mais precioso do que suas próprias vidas?
Não podemos entender tudo que acontecia no coração de Pedro naquela noite, mas fizemos algumas observações a partir da narrativa de João. Convém entendermos como nós fazemos o mesmo tipo de decisão diariamente. Semelhante a Jonas quando “fugiu” da presença do Deus onipresente, Pedro agiu como ateu funcional naquela noite; a despeito da sua confissão e suas boas intenções, ele agiu como alguém que não cria em Cristo. A nossa luta diária não é diferente.
Observamos que Pedro negou Jesus porque naquele momento ele cedeu às pressões das circunstâncias. O seu mestre foi preso e estava sendo julgado; se ele fosse reconhecido como um discípulo, poderia ser preso e executado junto ao mestre. Quem teme ao homem cai em armadilhas, mas quem confia no Senhor está seguro (Pv 29.25).
Em que circunstâncias você se esquece do plano de Deus? Pedro se esqueceu que Jesus garantiu sua segurança: “Não perdi nenhum dos que me deste” (Jo 18.9, cf. 17.12). Nós não temos uma garantia como aquela, mas temos textos como Rm 8.28-39. Numa folha de papel, anote as garantias que Deus dá nesse texto. Para quem Ele promete essa segurança? É garantia de não termos provações? Onde Deus se encaixa em nosso sofrimento?
Em que situações você ama mais a própria vida do que ama a Deus? Você já clamou como o salmista, “Até quando, Deus?” (Sl 13) ou “Deus, por que me abandonou?” (Sl 22) Em que situações a sua fé vai para o espaço e você valoriza sua própria vida (ou reputação, ou posses) mais do que valoriza a presença do próprio Deus?
Você consegue enxergar quando está confiando nas suas próprias forças ao invés de confiar em Deus? Já que muitas vezes somos cegos para esse tipo de idolatria do coração, há outra forma mais fácil de perceber quando fazemos isso. Você se sente isolado? Sozinho, sem amigos? Sem forças e sem esperança? Essa é a descrição de alguém que está confiando no homem (em si mesmo ou outras pessoas). Mas como Deus descreve aquele que confia nEle? Leia Sl 1 e Jr 17.5-10 e compare a sua vida às pessoas mencionadas no texto. Confie em Deus!
Dia 1
João 18.12-28a
Dia 2
Mt 26.57-68; Mc 14.53-65; Lc 22.54, 63-65; Jo 18.24
Dia 3
Romanos 8.28-39
Dia 4
Salmo 13
Dia 5
Salmo 22
Dia 6
Salmo 1.1-6
Dia 7
Jeremias 17.5-10




