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JOÃO 18.12-19.16
Nesse domingo ouvimos a segunda mensagem da minissérie “Rei dos Réus”, na qual estamos estudando a traição, prisão e o julgamento que levaram à crucificação de Jesus. João relata muitos detalhes que não estão nos outros evangelhos, que estudaremos a fundo nas próximas mensagens. Para termos uma noção geral dos eventos e como ocorreram, usamos esta mensagem para construir uma linha do tempo do processo todo, lendo seleções de textos dos quatro evangelhos para estabelecer a ordem dos acontecimentos. [Esses textos estão no guia de leitura dessa semana.]
Do Getsêmani, Jesus foi levado amarrado à casa de Caifás, o sumo sacerdote, para ser questionado ilegalmente pelo Sinédrio, a corte mais alta do povo judeu. João nos conta que a primeira fase do Seu julgamento foi uma audiência com Anás, o sogro de Caifás, que também fora sumo sacerdote e era muito respeitado pelos líderes. Depois do interrogatório por Anás, Jesus foi levado diante de Caifás. Esse inquérito durou horas. Todos os evangelistas relatam que Pedro estava no pátio daquela casa durante esse tempo, tendo conseguido acesso por meio de João, que era conhecido do sumo sacerdote. Ali ele foi identificado como seguidor de Jesus e três vezes O negou. Ao longo da noite e da madrugada, trouxeram muitas falsas testemunhas, e ao amanhecer exigiram que Jesus respondesse se era ou não o Filho de Deus. A resposta profética de Jesus encerrou o procedimento: o Sinédrio entendeu claramente que Ele se declarava o Filho de Deus e O condenaram à morte.
O império romano havia anteriormente negado aos judeus o direito legal de executar pessoas condenadas, portanto tiveram que apelar a Pôncio Pilatos, o governante romano da região. Assim, levaram Jesus ao Pretório bem cedo naquela manhã. O relato desse procedimento é mais extenso no evangelho de João, como veremos a partir da quarta mensagem da série. Podemos observar aqui que Pilatos não via razão para condená-Lo, mas sentia grande pressão política para fazer o que os judeus queriam. Tentou até encaminhar o procedimento para a corte civil judaica ao enviá-Lo para Herodes, mas este O mandou de volta. Assim, foi Pilatos que finalmente cedeu à pressão e entregou Jesus para ser crucificado por volta do meio-dia.
Como observamos no guia da mensagem anterior, a aplicação espiritual de uma narrativa como essa é complicada. Por um lado, essa história é literalmente o relato do processo jurídico (mesmo que ilegal) que levou à prisão, condenação e morte de Jesus, acusado de blasfêmia (pelos judeus) e de rebelião (pelos romanos). Não há motivo para alegorizar o texto e tentar achar sentidos ocultos. São fatos. Sabemos que naqueles momentos Deus estava trazendo o Seu Plano redentivo ao seu auge com a morte inocente e vicária de Cristo por toda a humanidade. Foi por meio desse processo e desses eventos que Deus operou a salvação de nossas almas.
O evangelho de João tem o propósito de apresentar a história de Jesus, especialmente certos sinais miraculosos, para levar o leitor a crer que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e crendo, o leitor tenha vida eterna em Seu nome. Uma forma de aplicar esse texto é de entender as perspectivas diferentes de fé e de descrença que estão presentes no relato do julgamento de Deus.
Os judeus (a liderança judaica) rejeitaram completamente a noção que Jesus pudesse ser o Filho de Deus. Foi justamente porque Ele declarou que era o Filho de Deus que o Sinédrio O condenou à morte.
Herodes (que tomamos emprestado de Lucas, pois João não relata essa parte), era um representante daquelas massas curiosas, pessoas que seguiam a fama e a celebridade de Jesus para ver milagres ou espetáculo. Perdeu interesse assim que Jesus não cumpriu suas expectativas.
Pilatos foi confrontado com a verdade, mas não conseguia reconciliar aquilo que acreditava (que Jesus era inocente) com as pressões políticas que o cercavam. Ironicamente, para se salvar, condenou um inocente à morte, e ao fazer isso, cumpriu o plano de Deus de usar esse inocente para salvar a qualquer um que tivesse fé nEle.
Pedro é o único crente na história, e ele negou Jesus três vezes! Ele queria ser valente, até atacou o servo no jardim, mas acabou fugindo e O seguindo às escondidas, até negando conhecer a Jesus.
De certa forma, o propósito da mensagem do evangelho é um julgamento: cada pessoa precisa decidir quem Jesus é. É a resposta à pergunta, “Quem vocês dizem que eu sou?” (Mt 16.15). Claro que o julgamento literal de Cristo foi um único evento histórico, mas o evangelho pede esse julgamento interno: fé em Cristo, ou descrença? Ou Jesus é rejeitado, ou pela fé confessamos, “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (v. 16). Isso também ressalta a extrema importância da igreja, pois é pela vida em comunidade que podemos observar, supervisionar e afirmar mutuamente essa confissão um do outro.
Vamos aplicar o que observamos acerca desses quatro grupos de pessoas na narrativa do julgamento de Cristo. Todo dia nos deparamos com pessoas que se encaixam nessas categorias gerais. Onde nós nos encaixamos? O que estamos fazendo para alcançar as outras pessoas?
Aqueles que rejeitam completamente a Cristo. Essas pessoas são abertamente hostis ou indiferentes ao evangelho. Podem zombar dos ensinamentos bíblicos. Conhece alguém assim? Que estratégias práticas você está utilizando para compartilhar o evangelho com essas pessoas?
Aqueles que desejam algum benefício ou um espetáculo. Existem muitos “cristãos” nessa categoria. Infelizmente, podem ser pessoas religiosas, membros de igreja legítimas, mas ainda sem fé real em Jesus. Quando lhes parece que Jesus não atende mais suas necessidades, abandonam sua “fé”. Como podemos ser igreja para ajudar essas pessoas a enxergarem a fé verdadeira?
Aqueles que lutam com a verdade. Esse é um grupo interessante, pois tem interesse na verdade; quer ouvir mais. Só Deus pode transformar o coração deles, mas qual o dever do cristão verdadeiro? Como podemos colocar a verdade bíblica diante dessas pessoas para que Deus os leve a fé?
Aqueles que creem, mas lutam com a fraqueza da carne. Fato interessante da Bíblia é que em toda a história humana não existe uma pessoa de fé sequer que vivesse uma vida perfeita. A fraqueza é uma realidade constante; não devemos usar como desculpa ou justificativa para o erro, mas para o reconhecimento da nossa plena dependência em Deus. Está confessando e entregando as suas fraquezas a Deus?
Jesus diante de Anás
João 18.12-14, 19-23
Jesus diante de Caifás
Mt 26.57-68; Mc 14.53-65; Lc 22.54, 63-65; Jo 18.24
Pedro nega Jesus
Mt 26.58, 69–75; Mc 54, 14.66-72; Lc 22.54-62; Jo 18.15-18, 25-27
Jesus é condenado pelo Sinédrio
Mt 27.1; Mc 15.1; Lc 22.66-71
Remorso e suicídio de Judas
Mateus 27.3-10
Jesus diante de Pilatos pela primeira vez
Mt 27.2, 11-14; Mc 15.1-5; Lc 23.1-5; Jo 18.28-38
Jesus diante de Herodes
Lucas 23.6-12
Jesus diante de Pilatos pela segunda vez
Mt 27.15-26; Mc 15.6-15; Lc 23.13-25; Jo 18.39-19.16




