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Neste domingo concluímos o texto de Ef 5.22-6.9 com as instruções do apóstolo Paulo para escravos e mestres. A princípio elas podem parecer estranhas no contexto de mandamentos para famílias, mas como já observamos, o lar romano incluía os escravos na sua organização. O chefe do lar não era apenas marido e pai, mas também mestre dos servos domésticos.
Podemos dividir as palavras de Paulo em três pensamentos. Ele dá um mandamento para cada pessoa (escravo ou senhor), segue com o modo, ou a maneira que a ordem deve ser obedecida e termina com uma explicação da motivação que deve incentivar a obediência. Ordenou que os escravos devessem obedecer aos seus mestres terrenos. A importante distinção dessa ordem é que eles deveriam obedecer como se estivessem servindo diretamente ao Senhor Jesus Cristo. Seu serviço não deveria ser apenas quando estavam sendo observados, nem para agradar aos homens, mas com qualificações superiores: “com temor e tremor”, “sinceridade de coração”, “fazendo a vontade de Deus de coração” e “com boa vontade”. Seu serviço terreno seria muito melhor pois não estariam trabalhando somente para homens, mas para o Senhor. Estariam motivados pela recompensa que vem de Cristo, sendo eles escravos ou livres.
Os mestres foram instruídos a fazer o mesmo. Claro que não se estava dizendo que deveriam obedecer seus escravos; estava dizendo que sua atitude quanto aos seus servos não deveria ser de ameaçá-los, mas de tratá-los com as mesmas qualidades descritas para os servos. Precisavam lembrar que, em Cristo, o Senhor é um só. Embora continuassem a ter o senhorio dentro do lar, o senhorio de Jesus estava acima disso.
No Brasil do século XXI o senhorio e a escravidão se apresentam de formas mais sutis, mas podemos entender facilmente essas instruções no ambiente de trabalho. Se simplesmente substituirmos as palavras para patrões e empregados, podemos entender vários princípios importantes para a nossa ética de trabalho, sejamos subordinados ou encarregados. A importante lição é que há um só Senhor e Mestre, e ao reconhecermos isto, trabalharemos com uma conduta de vida digna da transformação que experimentamos pela graça mediante a fé.

Ao longo dessa série temos usado uma adaptação da alegoria da caverna de Platão para ilustrar não só a possibilidade de estarmos iludidos por “verdades” falsas mas também como podemos encontrar e adotar verdades bíblicas. Vamos usar a alegoria mais uma vez para entender como podemos aplicar as instruções para escravos e mestres ao nosso entendimento do trabalho na ótica de Deus.
As sombras. Em que mentiras você talvez esteja acreditando em relação ao trabalho, ao conceito de vocação ou à responsabilidade que temos no relacionamento entre patrões e empregados? Somos bombardeados por apresentações de “verdades” diariamente pelas mídias, nas conversas, etc. Como você tem usado a Bíblia para discernir entre luz e sombras?
As figuras incompletas. Em quais modelos bíblicos ou antibíblicos você está baseando o seu pensamento acerca do trabalho? Existem muitos livros “cristãos” que falam do trabalho ou da liderança que refletem amor pelo mundo, mas usam termos evangélicos. Você consegue discernir a diferença? Você analisa até os bons modelos para observar seus pontos fracos? Que régua de medida devemos usar para julgar se algo reflete uma verdade divina ou não?
A luz artificial. Que pensamentos (doutrinas) “iluminam” os modelos que você adota? Você procura se cercar de fontes que são fiéis à Bíblia? Você está ciente de como você pode ser influenciado por pensamentos antibíblicos até mesmo por coisas aparentemente inofensivas, como anúncios comerciais ou entretenimento?
As verdades divinas. O que Deus diz em Sua Palavra sobre o trabalho? Sobre ser empregado ou patrão de alguém? Sobre serviço? Você é bom conhecedor da Palavra no que diz respeito ao trabalho? Você é bom implementador das verdades divinas, ou só as conhece intelectualmente?
Deus, a verdadeira luz. Deus é a única fonte verdadeira e inexausta de luz. Podemos aprender a partir da Sua auto-revelação nas Escrituras, a essência do Seu caráter. Devemos perguntar: como Deus exerce o Seu Senhorio? Que aspectos do Seu caráter servem para iluminar e informar o seu trabalho diário?

Ao longo da nossa série temos falado também de alguns princípios básicos da Bíblia e como podem ser vistos nas instruções de Paulo acerca da conduta de um lar transformado por Cristo. Para a tarefa dessa semana, considere cada princípio e como você pode praticá-lo no contexto do seu trabalho diário.
Soberania. Você está reconhecendo a Cristo como sendo o Senhor supremo a quem você responde? Você serve ao seu patrão como serviria a Jesus? Que passos práticos você pode tomar para se enquadrar mais nesse princípio e nos mandamentos de Efésios para escravos e mestres?
Autogoverno. O primeiro nível de autoridade e responsabilidade do homem é governar-se a si mesmo. Você tem autodisciplina no seu trabalho, ou só rende bem quando está sendo observado? Seu trabalho, seja o que for, é feito para Deus, ou para agradar os homens? Como você pode desenvolver disciplina para trabalhar mesmo quando não está sendo monitorado?
Mordomia. Você reconhece que todos os seus talentos e habilidades naturais ou desenvolvidas, bem como seus dons espirituais vêm de uma única Fonte? O que você está fazendo com a vida de trabalho que Deus lhe deu? O que você faz com o descanso que Deus lhe prescreveu?
Aliança. Você enxerga as alianças eternas e terrenas que operam na sua vida diária? Você está disposto a cumprir as suas responsabilidades e prestar contas a Deus, mesmo quando as circunstâncias não são favoráveis?
Individualidade. Deus não faz diferença entre as pessoas; você faz? Você julga alguns dignos do seu trabalho e esforço e outros não? Você enxerga pessoas subordinadas no trabalho como sendo também menos importantes? Como podemos respeitar a individualidade de cada pessoa feita na imagem de Deus no trabalho?
Caráter. A prescrição de Efésios é de trabalhar como ao Senhor, mas isso também requer trabalhar como o Senhor—trabalhar como Ele trabalharia. Seu caráter no trabalho reflete o caráter de Jesus? Que passos práticos você pode tomar para espelhar Jesus no ambiente de trabalho?
Semeadura e Colheita. Deus recompensa aqueles que praticam o bem, independente da sua situação. Qual é a sua motivação no trabalho? Ganhar para se beneficiar, ou fazer o bem para a glória do Mestre?

Dia 1
Efésios 5.22-6.9
Dia 2
1 Coríntios 7.20-24
Dia 3
1 João 2.15-17
Dia 4
1 Coríntios 10.1-33
Dia 5
Êxodo 23.10-12
Dia 6
Salmo 104
Dia 7
2 Tessalonicenses 3.6-12
